A Coragem de Alice e o Dragão Dorminhoco

A Coragem de Alice e o Dragão Dorminhoco

Dizem que quando uma pena rosa cai do céu, um dragão está prestes a espirrar! Alice, com seus quatro anos, não sabia se acreditava em dragões, mas penas rosas caindo do céu pareciam bem interessantes! Naquela tarde ensolarada, ela estava animada para ir ao Parque Barigui com seu avô Lindolfo. Ele, com seus cabelos branquinhos como algodão doce e óculos redondos que pareciam duas luas, sempre tinha histórias incríveis para contar.

- Vovô, o que é coragem? - perguntou Alice enquanto caminhavam de mãos dadas.

Lindolfo sorriu. - Coragem, minha pequena fadinha, é como um abraço quentinho no coração que te dá força para fazer coisas novas, mesmo que você fique um pouquinho com medo.

- Como voar de balanço bem alto?

- Exatamente! E como falar com um dragão que solta fumaça pelas narinas!

Alice arregalou os olhos. Dragões de verdade? No Parque Barigui? Seria possível? Chegando lá, tudo parecia normal: crianças brincando, passarinhos cantando, flores coloridas perfumando o ar. Mas de repente, atrás de um enorme ipê amarelo, Alice viu algo incrível: uma cauda enorme com escamas brilhantes!

- Vovô, olha! - ela apontou, os olhos brilhando de curiosidade e um tantinho de medo.

Aproximaram-se cautelosamente e lá estava ele: um dragão enorme, com asas de veludo verde e escamas cor de laranja, dormindo profundamente! Sua respiração fazia as árvores balançarem e de suas narinas saiam pequenas nuvens de fumaça colorida.

- Uau! - sussurrou Alice, encantada. - Ele é lindo! Mas por que ele está dormindo tanto?

Lindolfo coçou o queixo pensativo. - Talvez ele esteja com medo de algo... Talvez ele precise de um pouco de... coragem!

Alice pensou em como seria legal ver o dragão voar. Pensou no abraço quentinho no seu coração e decidiu: ela ia ajudar o dragão a encontrar sua coragem!

Aproximou-se devagarinho e, com a voz mais doce que tinha, começou a cantar uma canção de ninar que sua avó costumava cantar. O dragão se mexeu, abriu um olho sonolento e olhou para Alice. De repente, um espirro enorme fez tremer o chão e várias penas rosas voaram pelos ares!

Alice, sem medo, continuou cantando, acariciando as escamas brilhantes do dragão. Ele fechou os olhos e soltou um suspiro que parecia um trovão distante. Quando abriu os olhos novamente, estavam brilhando de alegria!

- Olá, pequena! - disse o dragão com uma voz que parecia um trovão distante, mas agora soava amigável. - Obrigado por me acordar. Eu estava tendo um pesadelo!

Alice e Lindolfo descobriram que o dragão, que se chamava Barnabé, tinha medo de altura! Ele nunca tinha tido coragem de voar alto e conhecer o mundo.

- Mas você é um dragão! Dragões são corajosos! - exclamou Alice.

Barnabé suspirou. - Nem todos, pequena. Mas com a sua ajuda e um abraço bem quentinho no coração, acho que posso tentar!

E assim, com Alice e Lindolfo torcendo e incentivando, Barnabé respirou fundo, bateu suas asas enormes e levantou voo! No início, ele voou baixinho, mas logo ganhou confiança e voou alto, colorindo o céu com suas escamas brilhantes.

Alice estava radiante. Ela tinha ajudado Barnabé a encontrar sua coragem e realizar seu sonho! Ela aprendeu que a coragem não é a ausência do medo, mas a força de enfrentar seus medos com um coração cheio de amor e bondade.

Naquela tarde, Alice voltou para casa com o coração cheio de alegria, penas rosas guardadas no bolso e uma nova amizade com um dragão muito especial. E quem sabe, em outra aventura no Parque Barigui, ela não voaria pelos céus com seu amigo Barnabé? Afinal, com coragem, tudo é possível!

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