A Fuga do Castelo de Conchas

A Fuga do Castelo de Conchas

"Uma sereia de verdade!", Theo exclamou, os olhos arregalados como pires.

Ele e Filó, seu fiel cachorro de pelúcia, corriam pela areia da praia em direção a um enorme castelo de areia, tão alto quanto Theo! De repente, uma onda gigante se ergueu no mar, brilhando com um verde mágico, e quando a água baixou, lá estava ela: uma sereia linda, com cabelos cor de alga marinha e uma cauda verde esmeralda, sentada no topo do castelo.

Theo apertou Filó com força, o coração batendo forte no peito. Ele era um menino muito corajoso, mas ver uma sereia de verdade era de arrepiar! Ela tinha os olhos grandes e tristes, e Theo sentiu uma pontada de pena. Lembrando das historinhas que sua mãe contava sobre a importância de se colocar no lugar do outro, Theo respirou fundo e decidiu falar com ela.

"Oi", disse ele, timidamente. "Você está bem? Por que você está triste?"

A sereia suspirou, um som que lembrava o vento nas conchas do mar. "Eu queria muito brincar com as crianças na praia, mas elas têm medo de mim", respondeu ela, com a voz melodiosa. "Acham que sou um monstro, mas eu só quero fazer amigos e construir castelos de areia."

Theo olhou para o castelo que agora parecia sem graça ao lado da beleza da sereia. Ele entendeu como ela se sentia. Ele também já tinha se sentido sozinho quando as outras crianças não o convidavam para brincar.

"Eu quero ser seu amigo!", Theo exclamou, com um sorriso enorme. "E Filó também!" Ele ergueu o cachorro de pelúcia, que parecia sorrir de volta.

A sereia abriu um sorriso, iluminando seu rosto como o sol nascendo no mar. "Sério? Você não tem medo de mim?"

"Claro que não!", respondeu Theo. "Você parece muito legal!"

E assim começou uma amizade inusitada. A sereia contou a Theo histórias incríveis sobre o fundo do mar, sobre peixes coloridos e corais mágicos. Theo, em troca, a ensinou a construir castelos de areia ainda mais altos e a desenhar figuras engraçadas na areia com um graveto. Filó, sempre animado, pulava ao redor deles, latindo feliz.

Enquanto brincavam, Theo percebeu que o sol já estava se pondo no horizonte, tingindo o céu de tons alaranjados e rosados. Ele sabia que estava na hora de ir para casa.

"Eu preciso ir agora", disse ele, um pouco triste. "Mas eu posso voltar amanhã para brincarmos mais?"

A sereia assentiu, seus olhos brilhando. "Claro! Vou sentir sua falta, Theo."

"E eu a sua", respondeu Theo, dando um abraço apertado na sereia. Ele sabia que nunca iria esquecê-la.

Theo e Filó voltaram para casa correndo, o coração cheio de alegria. A aventura de hoje tinha sido assustadora no começo, mas a coragem de Theo em fazer uma nova amiga e sua capacidade de entender os sentimentos da sereia transformaram o medo em uma linda amizade.

Naquela noite, Theo sonhou com sereias, castelos de areia e um mar verde esmeralda, e mal podia esperar para voltar à praia e viver novas aventuras com sua amiga mágica.

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