A Sereia do Quintal

A Sereia do Quintal

"Olha só, Pogo!", Enzo gritou, correndo pelo quintal. Ele ria enquanto as folhas secas voavam com o vento. Pogo, um cachorrinho com sonhos de ser um unicórnio, latinha e corria atrás dele, a língua de fora.

"Vamos construir uma cabana! Uma cabana mágica, onde só os seres mágicos podem entrar!", Enzo propôs, os olhos brilhando de entusiasmo.

Pogo latiu, concordando, e começou a cavar freneticamente perto de um arbusto de flores coloridas. Era um dia lindo em Curitiba, o sol brilhava e os pássaros cantavam. De repente, um canto suave e melodioso encheu o ar. Era uma melodia linda, mas diferente de qualquer coisa que Enzo já tivesse ouvido antes.

"Você ouviu isso, Pogo?", Enzo perguntou, seus olhos arregalados de curiosidade e um pouquinho de medo. Pogo parou de cavar e inclinou a cabeça, atento.

O canto parecia vir do fundo do quintal, de trás de uma antiga figueira. As folhas da árvore se mexeram, embora não houvesse vento. Enzo, mesmo com um frio na barriga, sentiu uma onda de coragem tomar conta de si. Ele tinha que descobrir o que era!

"Vamos lá, Pogo!", Enzo sussurrou, agarrando a coleira de Pogo de leve. Ele se aproximou da figueira devagar, cada passo fazendo seu coração bater mais rápido.

Atrás da árvore, havia um pequeno lago que Enzo nunca tinha notado antes. A água brilhava sob o sol, e no meio do lago, em cima de uma pedra, estava... uma sereia!

Ela tinha longos cabelos negros como a noite, e sua cauda, coberta de escamas azuis brilhantes, batia suavemente na água. Seus olhos eram grandes e verdes, e sua voz, ah, sua voz era a coisa mais linda que Enzo já tinha ouvido.

A sereia parou de cantar e olhou para Enzo. Ele ficou paralisado por um instante, mas então, lembrando-se de que era importante ser respeitoso, sorriu timidamente.

"Olá", ele disse, sua voz quase um sussurro. "Meu nome é Enzo. Qual é o seu?"

A sereia sorriu de volta, mostrando uma fileira de dentes brancos e brilhantes. "Olá, Enzo", ela respondeu. "Meu nome é Coral. Esta é a primeira vez que vejo alguém aqui no meu lago. Você poderia ser meu amigo?"

Enzo se sentiu seu medo desaparecer completamente. Ele tinha acabado de fazer amizade com uma sereia de verdade!

"Claro!", ele respondeu, animado. "Mas... por que você está escondida aqui?", ele perguntou, curioso. "As sereias não deveriam viver no mar?"

Coral suspirou. "Deveriam", ela respondeu, "mas alguns humanos não nos tratam com respeito. Eles jogam lixo no mar e não se importam com a natureza. Aqui no seu quintal, me sinto segura. Você promete ser respeitoso com o meio ambiente, Enzo?"

Enzo assentiu com a cabeça, entendendo a importância das palavras de Coral. "Prometo", ele disse com sinceridade. "Vou cuidar da natureza e ensinar meus amigos a fazerem o mesmo."

Coral sorriu, feliz. "Que bom ouvir isso, Enzo", ela disse. "Agora, conte-me tudo sobre você!"

Enzo e Coral passaram a tarde conversando e rindo. Ele contou a ela sobre sua vida em Curitiba, sobre seus sonhos e sobre seu medo inicial de conhecê-la. Coral, por sua vez, contou histórias fascinantes sobre o fundo do mar e sobre a importância de proteger a natureza.

Quando o sol começou a se pôr, Enzo sabia que era hora de ir.

"Tenho que ir agora, Coral", ele disse, um pouco triste. "Mas eu volto amanhã, prometo!"

"Eu vou estar aqui te esperando, Enzo", Coral respondeu com um sorriso. "Obrigada por sua amizade e por prometer cuidar do nosso planeta."

Enzo se despediu de Coral com um abraço apertado e voltou correndo para casa, com Pogo latindo alegremente ao seu lado. Ele tinha feito uma amiga mágica e aprendido uma lição valiosa sobre o respeito à natureza.

Naquela noite, Enzo sonhou com sereias, oceanos limpos e um futuro onde todos viviam em harmonia com a natureza. E ele sabia que, a partir daquele dia, faria de tudo para tornar esse sonho realidade.

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