João e o pé de feijão com Ana

João e o pé de feijão com Ana

Ana e João adoravam ser vizinhos! As casas deles ficavam bem pertinho, em Florianópolis, e eles passavam horas brincando juntos. A casa do João tinha um quintal enorme, todo gramado, onde antes viviam muitas vacas e galinhas. Hoje, só tinha a Branca, a vaca que ele amava muito. A Branca era a única companhia do João, além da mãe, e às vezes, o leite dela era o único alimento que eles tinham. Mas a Ana sempre levava lanches para dividir com o João, e a mãe dele agradecia muito. O João adorava brincar de pega-pega, e a Ana, de flores.

"João, vamos brincar de flores hoje!", disse Ana, sorrindo. "Podemos plantar sementes no seu quintal e ver quem faz as flores mais bonitas!"

O João adorou a ideia e eles correram para o quintal. A Ana pegou as sementes de flores coloridas que ela sempre carregava na sua mochila e começou a plantar no gramado. João, com a Branca ao lado, observava tudo com atenção.

"Olha, João! Essa é uma semente de girassol! Você sabe que o girassol é a flor do sol, né? Ela sempre vira a cabeça para ele!", explicou Ana, animada. "E essa aqui é uma semente de margarida! Ela é branca e amarela e parece um solzinho!"

João ficou fascinado com as explicações da Ana. Ele nunca tinha se interessado tanto por flores antes, mas a Ana o contagiou com sua paixão.

Naquele dia, a mãe do João precisou pedir que ele vendesse a Branca. Eles estavam passando por uma fase difícil e precisavam de mais dinheiro do que apenas o leite da vaca. João ficou muito triste, e a Ana abraçou o amigo para confortá-lo.

"Não se preocupe, João! Vamos encontrar um novo lar para a Branca!", disse Ana, com um sorriso.

Eles foram juntos para a feira, e quando passavam por uma esquina, encontraram um senhor simpático com um sorriso enorme.

"Olá, crianças! Vocês estão vendendo essa vaca linda?", perguntou o senhor.

"Sim, senhor!", respondeu João, com um olhar triste. "Ela se chama Branca, e a gente precisa vendê-la."

"Que pena! Mas eu tenho algo que pode ajudar vocês!", disse o senhor, tirando um saco de feijões de dentro de sua mochila. "Esses feijões são mágicos! Se você plantar um deles, ele vai crescer até o céu, e você vai ter mais comida do que imagina!"

Ana e João se entreolharam, pensativos.

"Feijões mágicos? Eles realmente alimentam mais que o leite da Branca?", perguntou Ana, com um olhar cheio de esperança.

"Sim, minha querida! Esses feijões são um tesouro! Vocês não vão se arrepender!", garantiu o senhor.

João, com o coração apertado pela saudade da Branca, concordou com a proposta. A Ana, com sua natureza carinhosa, viu que o João estava muito feliz, e sentiu que seria bom para ele.

Eles voltaram para casa de João, e a mãe dele ficou em choque ao saber que a Branca havia sido trocada por feijões. Ela não acreditava na história do senhor e começou a chorar.

"Esse senhor nos enganou, João! Ele é um mentiroso! Esses feijões não vão fazer nada!", disse a mãe de João, desesperada.

Ela pediu para Ana voltar para casa e disse para João ir dormir. João, cheio de raiva, jogou os feijões pela janela e foi dormir, chorando de tristeza.

No dia seguinte, João acordou e correu para o quintal. Ele não podia acreditar no que via! Um pé de feijão enorme tinha nascido no quintal, tão alto que chegava até as nuvens!

"Mamãe! Olha o que aconteceu!", gritou João, feliz da vida.

A mãe de João não sabia o que pensar, mas decidiu não se preocupar com o feijão mágico. Ela apenas pediu que ele fosse brincar com Ana.

João e Ana, com a curiosidade afiada, resolveram escalar o pé de feijão gigante! Eles subiram, subiram e subiram, até que, finalmente, chegaram às nuvens. A Ana, sempre carinhosa, acompanhava João na subida e o animava quando ele se cansava.

"Vamos logo João, estamos quase lá! Olha só, a Branca está lá em cima também!", disse Ana, apontando para uma vaca pequena, branca como a neve, que pastava em um campo verdejante.

Quando passaram pelas nuvens, eles encontraram um castelo enorme, com paredes douradas e torres altíssimas. Uma senhora enorme, alta como um prédio, os recebeu na porta.

"Bem-vindos, crianças! Eu sou a Rainha do Feijão Mágico!", disse a senhora, sorrindo.

A Rainha era muito simpática, mas pediu que João e Ana fossem embora, pois seu marido, um gigante muito forte, se alimentava de crianças.

"Ele é um gigante muito terrível! Ele pode comer vocês em um piscar de olhos!", alertou a Rainha.

O chão começou a tremer, e João e Ana se esconderam em um cômodo escuro. No chão, eles viram várias moedas de ouro e João, sem pensar duas vezes, as colocou no bolso.

Quando acham que podem sair correndo para longe do gigante, o fazem, e conseguem descer rapidamente pelo pé de feijão.

"Ufa! Que susto!", disse Ana, respirando fundo. "Meu Jardim Secreto é muito melhor do que esse esconderijo!"

João concordou com Ana. Ele não queria mais subir no pé de feijão.

"Vamos viver de forma simples, Ana! Quando as moedas acabarem, subimos de novo!", disse João, com um sorriso.

Eles voltaram para casa, e a mãe de João, feliz com as moedas que João havia pegado, começou a fazer bolos para Ana. Ana dizia que na sua casa ficariam muito felizes com um pedacinho do bolo.

Mas, infelizmente, as moedas acabaram, e João e Ana resolveram subir no pé de feijão mais uma vez. Dessa vez, eles entraram no castelo e se esconderam na cozinha.

Lá estava o gigante, comendo um pedaço de carne enorme. De repente, João e Ana viram que uma pata gorda estava botando ovos de ouro!

Eles esperaram o gigante ir dormir e capturaram a pata, que não fez barulho nenhum. Foi difícil, mas com Ana ao lado, e sua natureza carinhosa, conseguiram descer com a pata.

A mãe de João ficou muito feliz com a pata gorda, pois agora eles teriam o que comer para sempre. Mas João, que tinha visto uma harpa de ouro na saída do castelo, resolveu subir sozinho para pegar a harpa.

No dia seguinte, ele não foi brincar com Ana e subiu no pé de feijão. Ele queria ser rápido, pois já sabia onde a harpa estava. Mas o gigante estava esperando por ele na porta!

O gigante correu atrás de João, que, com muito medo, conseguiu descer pelo pé de feijão.

"Ana! Ana! O gigante está atrás de mim!", gritou João, entrando na casa de Ana, desesperado.

Eles tiveram uma ideia: cortar o pé de feijão para que o gigante nunca mais pudesse descer! A mãe de João estava feliz com a pata gorda, e concordou com a ideia.

João e Ana, com muita dificuldade, conseguiram cortar o pé de feijão. Ana, apesar de ter apenas 7 anos, ajudou João com todo o seu esforço.

"João, a gente só precisa do necessário, nem mais, nem menos! Esse perigo não vale a pena!", disse Ana, com seus olhos castanhos brilhando de sabedoria.

A mãe de João ficou aliviada com o fim do pé de feijão e chamou João e Ana para um lanche gostoso da tarde.

E naquela tarde, a mesa estava cheia na casa de João: de pão, bolo, amor e risadas! O necessário!

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