Heitor e João adoravam ser vizinhos! As casas deles ficavam lado a lado em São Paulo, mas eram bem diferentes. A casa do João tinha um quintal enorme, todo gramado, que antes era cheio de vacas e galinhas. Hoje, só restava a Branca, a vaca, e a mãe do João. Às vezes, o leite da Branca era tudo o que eles comiam no dia. Mas Heitor sempre levava lanches para eles brincarem sem parar no gramado. A mãe do João agradecia muito. João adorava brincar de pega-pega, e Heitor, de Animais Selvagens. Era o que ele mais amava!
Nesse dia, eles estavam brincando de ser leões. Heitor rugia alto, imitando a força de um leão de verdade. João, com um chapéu de palha na cabeça, corria feito um rato, tentando escapar. "Cuidado, João! Vou te pegar!", gritava Heitor, dando uma gargalhada.
De repente, a mãe do João chamou: "João, meu filho, preciso que você venda a Branca. Não podemos viver só de leite!" João ficou triste, a Branca era sua amiga. Heitor colocou a mão no ombro do amigo e disse: "Não se preocupe, João, vamos encontrar um novo lar para a Branca!".
Eles foram até a feira. João estava cabisbaixo, mas Heitor o animava com histórias sobre leões que encontravam amigos em todos os lugares.
Na esquina, um senhor simpático, com uma barba branca e um chapéu de feltro, os abordou. "Vocês estão vendendo essa vaca? Que bela vaca! Eu troco ela por feijões mágicos!"
Heitor, com os olhos brilhando, perguntou: "Feijões mágicos? O que eles fazem?".
"Esses feijões, meu jovem, são mágicos! Plante um deles e ele crescerá até as nuvens! De seus frutos, você terá comida para sempre!".
João e Heitor trocaram olhares. "Feijão alimenta mais que leite!", exclamou Heitor. João assentiu, "Vamos fazer a troca!".
Ao chegarem em casa, a mãe do João se desesperou: "João, você não podia ter feito isso! Aquele senhor era um enganador!". Ela chorou muito, pois não sabia o que eles iriam comer no dia seguinte.
João, com o coração apertado, jogou os feijões pela janela, com raiva. "Que feijões mágicos! Só me trouxeram tristeza!", ele murmurou antes de dormir.
No dia seguinte, João acordou assustado! Um pé de feijão enorme, que chegava até as nuvens, tinha nascido no quintal. "Que feijão mágico!", gritou João, esquecendo da tristeza.
Ele e Heitor, sempre curiosos, resolveram escalar o pé de feijão. A subida era sem fim. Heitor, com a força de um leão, subia com facilidade, ajudando João. "Olha João, as nuvens estão bem perto!", gritou Heitor, empolgado.
Finalmente, eles chegaram ao topo! Um grande castelo, com torres altas e janelas brilhantes, se erguia nas nuvens. Uma senhora enorme, com um sorriso gentil, os recebeu. "Bem-vindos, crianças! Mas cuidado, meu marido é um gigante que se alimenta de crianças!".
O chão começou a tremer! O gigante estava chegando! João e Heitor se esconderam atrás de um grande armário. No chão, eles viram moedas de ouro! João, com a mão trêmula, guardou algumas no bolso.
"Corram!", gritou Heitor, e eles desceram correndo pelo pé de feijão. Heitor, com a rapidez de um leopardo, descia com agilidade.
"João, meu esconderijo secreto, a Floresta Secreta, é muito melhor que este lugar!", disse Heitor, rindo.
João, ainda assustado, concordou. "Vamos viver de forma simples, mas quando as moedas acabarem, subiremos novamente no pé de feijão!", ele disse.
E assim, por um bom tempo, João e sua mãe viveram com as moedas de ouro. A mãe de João, agora mais feliz, dava pedaços de bolo para Heitor levar para casa. "Na minha casa, todos ficarão felizes com esse bolo!", disse Heitor, com um sorriso.
Mas as moedas acabaram. João e Heitor, decididos, voltaram a escalar o pé de feijão. Dessa vez, eles entraram no castelo e se esconderam na cozinha. Lá estava o gigante, cuidando de uma pata gorda.
João e Heitor observaram tudo. A pata botava ovos de ouro! Eles esperaram o gigante dormir e, com cuidado, capturaram a pata. Ela não fez nenhum barulho. Heitor, com a força de um leão, ajudou João a descer com a pata.
A mãe de João ficou radiante! Agora, eles nunca mais passariam fome!
Mas João viu uma harpa de ouro na saída do castelo. Ele queria a harpa, só para ele.
No dia seguinte, João, sem avisar Heitor, subiu no pé de feijão. Ele queria ser rápido. Mas o gigante estava esperando por ele na porta! Ele correu, e o gigante o perseguiu. João conseguiu descer, mas estava muito assustado.
Ele correu para a casa de Heitor, com o coração batendo forte. "Heitor, o gigante está atrás de mim! Precisamos cortar o pé de feijão!".
Heitor, com sua inteligência de leão, teve uma ideia. "Vamos cortar o pé de feijão e o gigante nunca mais descerá!".
João e Heitor pegaram um machado e, com muita força, começaram a cortar o pé de feijão. Heitor, com cinco anos, era pequeno, mas era forte como um leão. Eles conseguiram! O gigante nunca mais desceria!
"João, a gente só precisa do necessário, nem mais, nem menos", disse Heitor. "Aquele perigo não vale a pena!"
A mãe de João, aliviada, chamou os meninos para um lanche.
E naquela tarde, a mesa estava cheia na casa de João: de pão, bolo, amor e risadas! O necessário!