Heloísa e João adoravam ser vizinhos! Heloísa tinha cinco anos e seus olhos azuis brilhavam de curiosidade. O cabelo dela, preto e liso, balançava quando ela corria pelo quintal de João, que era enorme, todo gramado, e onde, antigamente, viviam muitas vacas e galinhas! Mas hoje, só a Branca, a vaca de João, morava ali. João vivia com sua mãe e a Branca, e às vezes, o leite dela era tudo o que comiam no dia! Mas sempre que podia, Heloísa levava lanches para garantir a brincadeira sem fim pelo gramado. João adorava brincar de pega-pega e Heloísa amava sereias!
"João, vamos brincar de sereias hoje!", gritou Heloísa, correndo em direção a João. "Eu sou a sereia mais forte do mar!".
João, com seus cabelos castanhos e olhos verdes, riu alto: "Você nada tão rápido quanto uma sereia, Heloísa!".
Heloísa fez um bico, mas logo sorriu. "Você vai ver! Meu superpoder é nadar como uma sereia de verdade! E meu esconderijo secreto é o Oceano Profundo!".
Mas naquele dia, a mãe de João chamou João para uma conversa. "João, precisamos vender a Branca. Precisamos de mais do que apenas leite!".
João ficou triste, mas sabia que a mãe estava certa. Ele e Heloísa foram até a feira. "Vamos vender a Branca, Heloísa! Você vai ajudar!", disse João, com um sorriso meio triste.
Quando passavam por uma esquina, um senhor simpático, com uma longa barba branca, parou João e Heloísa. "Vocês têm uma vaca para vender? Eu tenho feijões mágicos para trocar!".
João e Heloísa se entreolharam. "Feijões mágicos?", perguntou João. "Mas o que são feijões mágicos?".
"Eles são mágicos! Plante um feijão e ele vai crescer até o céu!", explicou o senhor. "Feijões alimentam mais do que leite!".
Heloísa, com a sua curiosidade sempre em ação, perguntou: "E o que tem no céu?".
O senhor sorriu: "Muitas coisas! Você vai ter que descobrir!".
João e Heloísa se olharam, e a ideia dos feijões mágicos os encantou! Eles adoravam aventuras! "Tudo bem, senhor, vamos trocar a Branca pelos feijões!", disse João.
De volta para casa, a mãe de João ficou surpresa ao saber da troca. "João, você não pode ter feito isso! Aquele senhor te enganou! Os feijões não são mágicos!".
João ficou triste. Ele não queria ter enganado a mãe! A mãe pediu para Heloísa voltar para casa e disse a João para ir dormir. Naquela noite, João chorou, preocupado com o que comeriam no dia seguinte. Com raiva, ele jogou os feijões mágicos pela janela e foi dormir.
No dia seguinte, João acordou e viu algo incrível! Um pé de feijão gigante, que chegava até as nuvens, havia crescido no quintal! A mãe de João, mesmo sem entender direito, deixou João encontrar Heloísa para brincar.
"Heloísa, venha ver!", gritou João, apontando para o pé de feijão. "Ele é mágico!".
Heloísa, sempre com a curiosidade afiada, exclamou: "Vamos escalar, João! Vamos descobrir o que tem no céu!".
João e Heloísa começaram a escalar o pé de feijão. A subida não acabava! A cada passo, as nuvens ficavam mais perto. Heloísa, com a sua habilidade de sereia, subia com facilidade, sempre observando tudo com atenção.
Enfim, depois de muito subir, eles passaram das nuvens e se encontraram em um grande castelo. Uma senhora enorme, muito alta mesmo, recebeu João e Heloísa. "Sejam bem-vindos!", disse ela, com um sorriso gentil. "Mas cuidado, meu marido é um gigante que se alimenta de crianças!".
João e Heloísa se assustaram! O chão começou a tremer e o gigante, com passos pesados, se aproximava! Eles se esconderam em um canto escuro do castelo. No chão, havia algumas moedas de ouro! João, com um sorriso travesso, as colocou no bolso.
Quando acharam que o gigante tinha se ido, correram para fora do castelo! Desceram o pé de feijão o mais rápido que puderam.
"Ufa! Que susto!", disse João, ainda ofegante.
Heloísa, com um sorriso, falou: "Meu esconderijo no Oceano Profundo é muito melhor do que esse lugar assustador!".
João concordou: "É verdade! Vamos viver de forma simples, com as moedas que encontrei, até que elas acabem! Depois, subimos novamente o pé de feijão!".
João e sua mãe viveram de forma simples, mas confortável, com as moedas de ouro. A mãe de João, feliz por ter o que comer, dava pedaços de bolo para Heloísa levar para casa, retribuindo o cuidado.
"Obrigada, dona Maria!", disse Heloísa, com um sorriso radiante. "Na minha casa, vamos ficar muito felizes com o seu bolo!".
Mas o tempo passou, e as moedas de ouro acabaram. João e Heloísa, mesmo com medo do gigante, resolveram escalar o pé de feijão mais uma vez. Eles entraram no castelo e se esconderam na cozinha. Lá, estava o gigante, cuidando de uma pata gorda. João e Heloísa observavam, com cautela, a pata que botava ovos de ouro! Eles esperaram o gigante ir dormir e, com cuidado, capturaram a pata. A pata, quietinha, não fez nenhum barulho. João e Heloísa desceram com ela o mais rápido que puderam! Foi difícil, mas conseguiram!
"Ufa! Que aventura!", disse João, com um sorriso cansado.
"Essa aventura foi mais emocionante do que a última!", exclamou Heloísa, com um brilho nos olhos.
A mãe de João ficou muito feliz! Eles teriam o que comer para sempre! Mas João, ao sair do castelo, tinha visto uma harpa de ouro! Ele decidiu que desta vez, iria sozinho.
No dia seguinte, João não foi brincar com Heloísa. Ele subiu o pé de feijão, decidido a pegar a harpa. Sabia onde ela estava. Mas o gigante esperava por ele na porta! O gigante perseguiu João, que correu o mais rápido que pôde, até finalmente conseguir descer!
Aflito, João foi até a casa de Heloísa e contou tudo o que havia acontecido. Heloísa, sempre pronta para ajudar, teve uma ideia! "Vamos cortar o pé de feijão! Assim, o gigante não poderá descer!".
João e Heloísa pegaram um machado e começaram a cortar o pé de feijão. Foi muito difícil, mas eles não desistiram! Com muito esforço, conseguiram cortar o pé de feijão! O gigante, furioso, ficou preso no céu! Ele nunca mais poderia descer.
Heloísa, com um sorriso, disse para João: "A gente só precisa do necessário, nem mais, nem menos, mas do necessário! Aquele perigo não valia a pena!".
A mãe de João, aliviada com o fim do pé de feijão, chamou João e Heloísa para um lanche gostoso da tarde!
E naquela tarde, a mesa estava cheia na casa de João: de pão, bolo, amor e risadas! O necessário!