Matheus e João adoravam ser vizinhos! Moravam em casas próximas, em Teresina, e quase sempre estavam juntos. A única diferença era que João tinha um quintal enorme, todo gramado, e em outras épocas, viviam ali muitas vacas e galinhas. Hoje, João vivia com sua mãe e uma única vaca no quintal, a Branca. Às vezes, o leite da Branca era tudo o que comiam no dia. Mas sempre que podia, Matheus levava alguns lanches para garantir a brincadeira sem fim pelo gramado, e a mãe de João sempre agradecia. João adorava brincar de pega-pega, mas Matheus era fascinado por robôs! Naquele dia, estavam construindo um robô de papelão, com muitos botões e fios coloridos.
- Olha, João, meu robô pode até falar! - Matheus falou com um sorriso tímido, apertando um botão.
- Uau! Muito legal, Matheus! - João respondeu, impressionado.
Mas a brincadeira acabou quando a mãe de João chamou:
- João, meu filho, precisamos conversar!
João e Matheus se aproximaram, curiosos.
- É que... Branca está velha e precisa de muitos cuidados, e nós estamos precisando de mais do que leite! - explicou a mãe de João, com a voz triste. - Preciso que você a venda na feira.
João ficou desanimado, mas Matheus, com sua voz baixa e tímida, tentou animá-lo:
- Não fica triste, João! Vamos juntos! - e sorriu, mostrando os dentes brancos.
Então, João e Matheus seguiram para a feira, rindo e brincando. Mas quando passavam por uma esquina, encontraram um senhor simpático, parado na calçada.
- Olá, meninos! Vejo que vocês têm uma bela vaca aí! - disse o senhor, olhando para Branca. - Que tal trocar essa vaca por feijões mágicos?
João e Matheus se entreolharam, sem entender.
- Feijões mágicos? - João perguntou, curioso.
- Sim, sim! - respondeu o senhor, com um sorriso. - Com esses feijões, vocês vão ter mais comida do que poderiam imaginar!
Matheus, sempre tímido, concordou com a cabeça. João, animado com a ideia de feijões mágicos, decidiu aceitar a proposta.
- Combinado! - João disse, animado. - A vaca é sua!
Quando chegaram em casa, a mãe de João, ao ouvir a notícia, começou a chorar.
- Oh, meus filhos! - ela disse, com a voz embargada. - Aquele senhor nos enganou!
João ficou muito triste, mas Matheus, com sua voz baixa, tentou consolá-lo:
- Não se preocupe, João. Vai ficar tudo bem.
A mãe de João pediu que Matheus voltasse para casa e que João fosse dormir. De noite, João, com o coração apertado e cheio de raiva, jogou os feijões mágicos pela janela e foi dormir.
No dia seguinte, João acordou com uma surpresa! Um pé de feijão gigante havia crescido no quintal, tão alto que chegava até as nuvens!
A mãe de João, mesmo sem entender, ficou feliz com a mudança e deixou João ir brincar com Matheus.
- Vamos subir no pé de feijão, Matheus! - João exclamou, com os olhos brilhando.
- Eu não sei... É muito alto! - respondeu Matheus, com sua voz tímida.
Mas a curiosidade era maior e os dois amigos começaram a escalar o pé de feijão. A subida não acabava, e Matheus, com um pouco de medo, seguiu João, agarrado firmemente ao caule.
Depois de muito tempo, eles finalmente chegaram às nuvens! E lá, em meio às nuvens, surgiu um castelo enorme! Uma senhora muito alta, com um sorriso simpático, os recebeu.
- Bem-vindos ao meu castelo! - disse a senhora. - Mas cuidado, meu marido é um gigante muito faminto!
Os meninos ficaram assustados, mas a senhora continuou falando:
- Ele adora comer crianças!
O chão começou a tremer, e João e Matheus se esconderam atrás de um armário enorme. No chão, havia algumas moedas de ouro. João, sem pensar duas vezes, as colocou no bolso.
- Temos que fugir! - João disse, com medo.
E eles correram para fora do castelo, desceram o pé de feijão o mais rápido que puderam e chegaram em casa.
- Ufa! - João disse, aliviado. - A Torre Secreta é bem melhor que esse esconderijo!
Matheus, com seu jeito tímido, concordou com a cabeça, relembrando seu esconderijo secreto.
- Vamos viver de forma simples, Matheus. Quando as moedas acabarem, voltamos para o pé de feijão! - João disse, com um sorriso.
E assim, João e sua mãe viveram de forma simples, mas confortável com as moedas que João tinha pegado. A mãe de João, agradecida por Matheus sempre levar lanches para seu filho, começou a dar pedaços de bolo para ele levar para casa.
- Obrigado, tia! - Matheus agradeceu, com seu sorriso tímido. - Na minha casa, todos vão ficar muito felizes com esse bolo!
Mas as moedas acabaram, e João e Matheus resolveram voltar ao castelo. Dessa vez, eles foram mais espertos. Entraram no castelo e se esconderam na cozinha. Lá estava o gigante, cuidando de uma pata gorda. E quando menos esperavam, viram que a pata botava ovos de ouro!
- Temos que pegar essa pata! - João disse, com os olhos brilhando.
Esperaram o gigante ir dormir e, com muito cuidado, pegaram a pata. Ela não fez nenhum barulho e eles conseguiram descer rapidamente com ela.
- Essa é a nossa sorte, Matheus! - João disse, com um sorriso.
A mãe de João ficou muito feliz! Agora, eles sempre teriam o que comer! Mas João, que tinha visto uma harpa de ouro na saída do castelo, decidiu que iria sozinho para pegá-la.
- Vou ser rápido, Matheus! Sei exatamente onde a harpa está! - disse João.
No dia seguinte, João subiu o pé de feijão. Mas dessa vez, o gigante esperava por ele na porta! João correu o mais rápido que pôde e conseguiu descer o pé de feijão.
- Matheus! Matheus! - João gritou, aflito.
João contou tudo para Matheus, e juntos, tiveram uma ideia: cortar o pé de feijão!
- Assim, o gigante nunca mais poderá descer! - disse Matheus, com seu jeito tímido.
João concordou e, com muito esforço, eles conseguiram cortar o pé de feijão! O gigante nunca mais desceria.
- A gente só precisa do necessário, João, nem mais, nem menos! - disse Matheus. - Aquele perigo não valia a pena!
A mãe de João ficou aliviada com o fim do pé de feijão e chamou João e Matheus para um lanche gostoso da tarde!
E naquela tarde, a mesa estava cheia na casa de João: de pão, bolo, amor e risadas! O necessário!