"Um portal para outra galáxia no nosso quintal?!", Sophia exclamou, seus olhos arregalados de surpresa. Era uma tarde quente em Salvador, e ela estava pronta para jogar futebol, mas o quintal parecia ter outros planos. Um brilho azul intenso vinha de trás do pé de manga, formando um círculo mágico no ar.
Seu pai, José, conhecido por seus passos de dança e espírito aventureiro, cuidadosamente se aproximou. "Parece que a aventura nos encontrou primeiro, Sophia!", ele disse com um sorriso, os olhos brilhando de curiosidade.
Sophia sentiu um frio na barriga, uma mistura de medo e excitação. Lembrou-se do que sua mãe sempre dizia: "Coragem não é não ter medo, mas sim, agir mesmo com medo!". Respirou fundo, sentindo seu coração pulsar forte, cheio daquela energia que a fazia correr em direção ao gol. Era a coragem tomando conta!
De repente, um focinho peludo surgiu do portal, seguido por um cachorro gigante, com pelos cor de galáxia e olhos brilhantes como estrelas. Ele latia animadamente, abanando o rabo que parecia um cometa brilhante.
Sophia, que sempre amou monstros e cachorros, sentiu seu medo se transformar em pura felicidade. "Ele parece amigável, pai!", ela exclamou, já correndo para acariciar o pelo macio do cachorro espacial.
O cachorro, que parecia entender português, lambeu o rosto de Sophia com sua língua brilhante. Uma coleira com uma plaquinha escrita "Estelar" em letras brilhantes confirmava o que Sophia já sabia: a aventura tinha nome e era peluda!
José, sempre pronto para uma dança, começou a improvisar passos enquanto ria. "Parece que temos um novo amigo para brincar no quintal, Sophia!", ele disse, girando em um ritmo contagiante.
Estelar, cheio de energia, corria e pulava pelo quintal, deixando um rastro de poeira estelar por onde passava. Sophia e José se juntaram à brincadeira, correndo atrás do cachorro espacial, contagiados pela sua alegria.
Enquanto brincavam, Sophia percebeu que o portal estava começando a se fechar. Ela sentiu um aperto no coração. Será que nunca mais veria Estelar?
O cachorro espacial parecia sentir a tristeza de Sophia. Ele lambeu sua mão e, com o focinho, empurrou uma pequena esfera brilhante na direção dela. Era um presente de despedida.
Com um último latido e um brilho final, Estelar atravessou o portal que se fechou logo em seguida, deixando apenas um leve brilho azul no ar.
Sophia apertou a esfera em suas mãos. Ela brilhava com a mesma intensidade do portal. "Obrigada pela aventura, Estelar!", ela sussurrou, sentindo que, mesmo à distância, a amizade com o cachorro espacial continuaria brilhando em seu coração.
De volta à casa, Sophia colocou a esfera em sua estante, ao lado da chuteira de futebol. Era uma lembrança da aventura espacial e, principalmente, da coragem que descobriu dentro de si. Ela sabia que, assim como Estelar, a coragem estaria sempre com ela, brilhando forte como uma estrela.
