O Canto da Areia

O Canto da Areia

Arthur brincava com seus carrinhos no quintal quando, de repente, ouviu um barulho diferente vindo do outro lado do muro. Era um canto lindo, suave como a brisa, mas ao mesmo tempo forte como as ondas do mar. Curioso, Arthur correu até o portão e espiou pela fresta. Que surpresa! Do outro lado, não estava mais o terreno baldio que ele conhecia, mas um deserto mágico, com dunas de areia que brilhavam como ouro sob o sol. E no meio daquela imensidão, uma sereia cantava, sentada em uma pedra brilhante!

Arthur nunca tinha visto nada parecido! Ele correu para dentro de casa e chamou a sua avó, Adélia: "Vovó, vovó! Tem uma sereia no quintal cantando uma música linda!". Adélia, que estava na cozinha preparando o lanche, sorriu. Ela adorava as histórias fantásticas de Arthur, mas sabia que ele tinha muita imaginação. "Ah, meu netinho, você e suas histórias! Deve ser um passarinho com um canto bonito. Agora venha comer, já está quase na hora do seu soninho da tarde."

Mas Arthur insistiu tanto que Adélia resolveu acompanhá-lo até o quintal. Para a surpresa dela, o terreno baldio tinha, de fato, se transformado em um deserto mágico! E lá estava a sereia, ainda cantando, com sua cauda de escamas brilhantes e cabelos longos como a noite. Adélia ficou encantada! Ela nunca imaginou que veria uma criatura mágica de verdade.

A sereia, ao perceber que Arthur e Adélia estavam ali, parou de cantar e sorriu. "Olá", ela disse com uma voz doce como mel. "Meu nome é Coral. Vocês podem me ajudar? Eu me perdi do meu reino no fundo do mar. Uma forte correnteza me trouxe para cá, e agora não sei como voltar."

Arthur e Adélia ficaram comovidos com a história de Coral. Eles queriam muito ajudar a sereia a voltar para casa. Mas como fariam isso? Eles estavam em um deserto mágico, longe do mar! Adélia, então, teve uma ideia: "Coral, você se lembra de alguma coisa que viu no caminho até aqui? Algum objeto, alguma criatura, qualquer coisa que possa nos ajudar a encontrar o mar?".

Coral pensou um pouco e respondeu: "Sim! Eu me lembro de ter visto, pouco antes de chegar aqui, um grupo de camelos liderados por um homem muito sábio. Ele me disse que conhecia todos os caminhos do deserto, até mesmo aqueles que levam ao mar!"

Arthur, que adorava histórias de aventura, pulou de alegria. "Então vamos atrás deles, vovó! Vamos ajudar a Coral a voltar para casa!". Adélia, corajosa como sempre, concordou. E assim, os três partiram em uma aventura pelo deserto mágico, em busca dos camelos e do homem sábio.

Enquanto caminhavam, Adélia contava histórias sobre sereias e outros seres mágicos. Arthur, que adorava as histórias da avó, ouvia tudo com atenção, imaginando como seria o reino de Coral no fundo do mar. Ele até se imaginou como um explorador submarino, descobrindo cidades perdidas e tesouros escondidos!

Após algumas horas caminhando sob o sol escaldante, avistaram ao longe uma caravana de camelos. "Olha, vovó, são eles! Vamos logo!", exclamou Arthur, já correndo na frente. Ao se aproximarem, viram que a caravana era liderada por um homem de barba branca e olhos sábios, exatamente como Coral havia descrito.

Adélia, com sua doçura habitual, explicou a situação para o homem, que se ofereceu para ajudar. Ele conhecia um portal mágico escondido entre as dunas que levava diretamente para o mar. E assim, guiados pelo homem sábio, Arthur, Adélia e Coral chegaram ao portal. Com um abraço apertado em Coral e um agradecimento ao homem sábio, Arthur e Adélia se despediram da sereia, que, com um mergulho rápido, desapareceu nas águas cristalinas do mar.

De volta ao quintal, tudo parecia normal. O deserto mágico tinha sumido, e no lugar do portal, só havia uma pequena poça d'água, lembrança da aventura que viveram. Arthur, antes de entrar em casa, olhou para Adélia e sorriu. Ele tinha aprendido que ajudar o próximo era uma das coisas mais importantes da vida e que, às vezes, a magia se esconde nos lugares mais inesperados, como no quintal de casa, bastando um pouco de imaginação para encontrá-la.

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