O Caso do Peixe Faladeiro

O Caso do Peixe Faladeiro

O cheirinho doce de manga cortadinha invadiu o nariz de Helena. Ela estava na feira livre com a sua avó, Adélia. Era um festival de cores! Tomates vermelhos, laranjas suculentas e abacaxis com suas coroas verdes.

“Vovó, olha aquele peixe, parece que está sorrindo pra mim!”, Helena apontou para um peixe enorme, com escamas prateadas brilhando no balcão de gelo.

“Ele deve estar feliz porque vai para uma panela fazer uma moqueca deliciosa!”, Adélia riu, dando um tapinha de leve na mãozinha da neta.

De repente, Helena parou, os olhinhos arregalados. “Vovó, você ouviu isso?”, ela sussurrou.

“Ouvir o quê, menina? Só estou ouvindo o seu estômago roncando de fome!”, Adélia brincou.

Mas Helena estava séria. Ela se aproximou do peixe e, para surpresa de todos, ele sussurrou de volta: "Me tira daqui! Preciso voltar para o mar!”.

Ninguém mais parecia ter ouvido o peixe, só Helena. Ela sabia que tinha que ajudar! Lembrou-se da história que a sua avó sempre contava, sobre sereias que viviam no fundo do mar. Será que este peixe tinha alguma ligação com elas?

“Vovó, preciso ir ao banheiro!”, Helena disse, puxando a saia da avó. Ela sabia que era importante ir ao médico quando precisava, mas essa era uma emergência diferente.

Adélia a levou até o banheiro público da feira e esperou do lado de fora. Rapidamente, Helena voltou para a banca de peixes.

“Senhor, por favor, qual o nome deste peixe?”, ela perguntou ao feirante.

“Este é o Linguado, menina. Mas já está vendido!”, respondeu o feirante, distraído.

“Linguado, você conhece alguma sereia?”, Helena sussurrou, olhando para os lados.

“Sim! A Sereia Coral é minha amiga. Ela me pediu para entregar uma mensagem importante aqui na feira!”, o Linguado respondeu, aflito.

“Uma mensagem? Para quem?”, Helena perguntou curiosa.

“Para a menina que consegue falar com os animais! Você!”, respondeu o Linguado, abrindo e fechando a boca. “A Sereia Coral precisa da sua ajuda! Ela está doente e precisa ir ao médico, mas tem medo de sair do mar!”.

Helena sabia que ir ao médico era importante, mesmo que desse um pouquinho de medo. Ela tinha que ajudar a Sereia Coral!

“Linguado, me diga onde posso encontrar a Sereia Coral!”, Helena pediu, decidida.

O Linguado, aliviado por ter encontrado a menina da profecia, sussurrou as instruções para chegar até a Sereia Coral. Helena, com o coração batendo forte, voltou para a avó.

“Vovó, hoje eu quero comer peixe! Mas quero escolher um bem especial no mercado de peixes com você, pode ser?”, pediu Helena, com um sorriso arteiro.

Adélia, sempre carinhosa, concordou. Mal sabia ela que a sua netinha, além de adorar os animais, também tinha um coração enorme e estava prestes a ajudar uma sereia em apuros!

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