- Laura, você acredita em mágica? - Theo perguntou, seus olhos brilhando como estrelinhas.
Laura, com seus oito anos, já se achava uma mocinha muito esperta. Ela riu, balançando as tranças.
- Theo, mágica não existe! É coisa de criança!
Theo, teimoso como um dinossauro faminto, cruzou os bracinhos.
- Mas e se existisse um lugar mágico? Um deserto onde a areia muda de cor e os camelos falam?
Laura ergueu uma sobrancelha. A ideia de um camelo falante até que era engraçada!
- E como chegaríamos nesse deserto? Voando num dinossauro?
Theo sorriu, mostrando todos os dentinhos de leite.
- Não! Através do meu armário! É um portal secreto, sabia?
Laura não acreditou muito, mas a empolgação de Theo era contagiante. Ela resolveu entrar na brincadeira.
- Tudo bem, senhor explorador! Me mostre esse portal mágico!
Theo, com a ajuda de um banquinho, abriu a porta do armário. Lá dentro, tudo parecia normal: casacos, sapatos, caixas empilhadas… Espera! Caixas empilhadas? Desde quando Theo guardava tantas caixas?
- É aqui que a mágica acontece! - ele anunciou, abrindo a última caixa.
Dentro da caixa, não havia brinquedos, nem roupas, mas sim… um brilho dourado! Um brilho que os envolveu num abraço quentinho e os transportou para outro lugar.
Quando abriram os olhos, Laura e Theo estavam cercados por dunas de areia que brilhavam em tons de rosa, roxo e azul! No céu, um sol sorridente iluminava tudo.
- Uau! - Laura exclamou, maravilhada. - É realmente mágico!
De repente, um homem com um chapéu pontudo e uma longa barba branca apareceu flutuando diante deles. Era o Mago do Deserto!
- Bem-vindos ao Deserto Mágico da Gratidão! - anunciou o Mago, com voz grave e misteriosa. - Aqui, a felicidade é infinita para aqueles que sabem agradecer!
Theo e Laura trocaram olhares. Gratidão? O que será que era aquilo?
O Mago, percebendo a confusão, explicou com um sorriso:
- Gratidão é quando dizemos "obrigado" com o coração cheio de alegria pelas coisas boas que temos. É como um abraço quentinho na alma!
Laura e Theo passaram o dia brincando no Deserto Mágico. Aprenderam a agradecer pelo sol quentinho, pela areia macia, pelas risadas gostosas. Descobriram que, ao agradecer, a felicidade se multiplicava!
No final do dia, exaustos e felizes, Theo e Laura se despediram do Mago e do Deserto Mágico. De volta ao quarto de Theo, após saírem do armário, eles se sentiam diferentes. Mais leves, mais alegres!
- Sabe, Theo - disse Laura, abraçando o primo. - Acho que a mágica existe sim! E ela mora dentro da gente, quando agradecemos pelas coisas boas da vida!
Theo sorriu, feliz. Ele sabia que, mesmo sem o Deserto Mágico, a gratidão estaria sempre presente em seus corações, colorindo seus dias com as cores mais bonitas do arco-íris! Afinal, ser grato era a maior mágica de todas!