O cheirinho gostoso de bolo de laranja invadiu o quarto de Alice e fez cócegas no seu nariz! Era sábado e a casa em Recife estava mais alegre que nunca. Ela pulou da cama e correu para a cozinha, onde encontrou seu avô, Lindolfo, mexendo uma panela enorme no fogão.
"Vovô, que cheiro delicioso! É o seu famoso bolo mágico?", perguntou Alice, com os olhos brilhando de curiosidade.
"É sim, minha florzinha! Mas hoje ele está ainda mais especial. Coloquei um ingrediente secreto que aprendi com os duendes do jardim", disse vovô Lindolfo, com um sorriso misterioso.
Alice adorava as histórias do vovô sobre os duendes! Ele sempre dizia que eles eram pequenos seres mágicos que viviam no jardim, cuidando das plantas e fazendo algumas traquinagens de vez em quando.
"E o que esse ingrediente mágico faz, vovô?", perguntou Alice, se sentindo ainda mais curiosa.
"Ele nos ajuda a entender melhor os sentimentos dos outros! É como um dia de troca-troca de emoções", explicou vovô Lindolfo, enquanto colocava o bolo para assar.
Alice ficou pensativa. Ela não entendia muito bem o que era "entender os sentimentos dos outros". Mas, como sempre, o vovô Lindolfo tinha uma história na ponta da língua para explicar tudo direitinho.
"Imagine que você é um passarinho e está com muita fome", começou ele. "Aí, você encontra um gatinho que está triste porque perdeu o novelo de lã."
"Coitado do gatinho!", exclamou Alice, já se esquecendo de que era um passarinho faminto.
"Pois é! Se você sentir a tristeza do gatinho como se fosse sua, você vai querer ajudá-lo a encontrar o novelo, mesmo estando com fome. Isso é empatia, minha querida!", explicou vovô Lindolfo, dando um abraço apertado em Alice.
De repente, a campainha tocou. Era a tia Marta, irmã do vovô Lindolfo, que estava muito brava porque seu time de futebol tinha perdido o jogo. Alice, lembrando da história do passarinho e do gatinho, tentou sentir a tristeza da tia Marta. E ela conseguiu!
"Tia Marta, eu sei que você está triste porque seu time perdeu. Mas não se preocupe, eles vão ganhar o próximo jogo!", disse Alice, dando um abraço na tia.
Tia Marta ficou surpresa com a doçura de Alice. Ela nem imaginava que sua sobrinha era capaz de entender seus sentimentos. A brava tia Marta acabou dando um sorriso e até esqueceu que estava chateada com o jogo.
Durante aquele dia, Alice se divertiu tentando entender os sentimentos de todos ao seu redor. Ela abraçou o carteiro que estava com calor, brincou com o cachorrinho que estava com medo de trovão e até ajudou a mamãe a preparar o jantar, sentindo a sua alegria em cozinhar para a família.
Naquela noite, enquanto comia o delicioso bolo mágico do vovô Lindolfo, Alice entendeu que a empatia era um superpoder que todos podiam ter. Bastava abrir o coração e tentar sentir o que o outro estava sentindo. E, assim como os duendes mágicos do jardim, ela poderia espalhar gentileza e amor por onde passasse.