Quem disse que dragões não gostam de brincar? Miguel, um menino sorridente de quatro anos, estava prestes a descobrir a verdade! Ele amava passarinhos, carros e, principalmente, brincar! Sabia que brincar era mágico, deixava ele mais esperto e forte!
Naquela tarde ensolarada, Miguel corria pelo quintal da sua casa no Rio de Janeiro. O quintal era seu lugar favorito, cheio de plantas, vasos coloridos e um espacinho só para ele. De repente, Miguel viu algo diferente atrás do pé de limão: um rastro de fumaça verde! Curioso, Miguel se aproximou devagarinho, com seu fiel cachorro de pelúcia, Fifi, debaixo do braço.
— Fifi, você viu isso? Parece mágica! — Miguel sussurrou, os olhos arregalados.
Fifi, corajoso como sempre, latiu baixinho, como quem diz: "Vamos descobrir!". E lá estava ele, enroscado no tronco da árvore: um dragão! Mas não era um dragão assustador, era pequenininho, cheio de escamas coloridas e soltava fumaça pelas narinas, que cheirava a pipoca doce.
— Olá! — Miguel disse timidamente. — Você é um dragão de verdade?
O dragãozinho abriu um olho, depois o outro e, por fim, sorriu.
— Sou sim! Meu nome é Fogo-Frio e adoro brincar de esconde-esconde! Você quer brincar comigo?
Miguel nunca tinha brincado com um dragão antes! Será que era perigoso? Mas Fogo-Frio parecia tão simpático...
— E-eu nunca brinquei com um dragão... — Miguel gaguejou.
Fogo-Frio gargalhou, um som parecido com o crepitar de uma fogueira.
— Não se preocupe! Eu não mordo, só assopro um pouquinho de fumaça colorida! É divertido!
Miguel olhou para Fifi, que balançava o rabo, incentivando a aventura.
— Tudo bem, vamos brincar! — Miguel exclamou, já correndo para se esconder atrás de um vaso.
E assim começou a brincadeira. Fogo-Frio contava até dez, soltando pequenas baforadas de fumaça rosa e azul, enquanto Miguel ria, espiando atrás do vaso. Fifi, animado, corria em círculos, latindo de felicidade.
De repente, Miguel teve uma ideia!
— Fogo-Frio! — ele gritou. — Eu sei um jeito mais legal ainda de brincar de esconde-esconde!
Os olhinhos do dragão brilharam de curiosidade. Miguel, então, fechou os olhos com força, concentrando-se muito, muito mesmo! Um zumbido mágico começou a rodeá-lo e, quando abriu os olhos, não era mais o Miguel: ele havia se transformado em um carro de corrida vermelho! Era seu superpoder secreto!
Fogo-Frio ficou boquiaberto. Nunca tinha visto um menino virar carro antes!
— Uau! — ele exclamou. — Isso que é legal! Agora você precisa me encontrar!
E assim, a brincadeira ficou ainda mais divertida. O dragãozinho voava pelo quintal, procurando pelo carro vermelho, que corria em alta velocidade, desviando das plantas e dos vasos. Fifi corria atrás, latindo e tentando alcançar o amigo veloz.
A tarde passou num piscar de olhos. O sol já estava se pondo quando, cansados e felizes, Miguel, Fifi e Fogo-Frio se despediram.
— Obrigado pela brincadeira, Fogo-Frio! — Miguel disse, voltando a ser menino. — Você é o dragão mais legal que eu já conheci!
— Volte sempre que quiser brincar! — Fogo-Frio respondeu, já sumindo em meio a uma nuvem de fumaça cor de laranja. — E traga seu amigo Fifi!
Miguel e Fifi entraram em casa, exaustos, mas com sorrisos enormes no rosto. Naquela noite, enquanto Miguel adormecia, abraçado com Fifi, ele sabia que nunca esqueceria a tarde mágica em que brincou com um dragão brincalhão no quintal de casa!