"Fifi, você acha que cabe um dragão naquela caixa?" Helena apontava para a caixa gigante no meio da sala. Era dia de mudança, e a casa mais parecia um quebra-cabeças de papelão.
Fifi, uma tartaruga de estimação com 54 anos de pura sabedoria (e um talento especial para cantarolar desafinado), olhou para a caixa com um olho só. "Hmmm, dragões são grandes, Helena! Mas caixas... caixas são misteriosas!"
Helena, com seus 4 anos de pura energia e um superpoder secreto de falar com animais, adorava a ideia de um dragão de mudança. Imaginou ele, com escamas brilhantes e asas enormes, levando as caixas para a nova casa enquanto soltava fumaça colorida pelas narinas!
"Imagina, Fifi! Ele pousaria na varanda, todo majestoso, e diria: 'Deixem que eu cuido das caixas pesadas!'" Helena imitava a voz do dragão, fazendo uma careta engraçada.
Fifi ria, se pudesse. Em vez disso, balançou a cabeça lentamente, concordando. "Seria uma mudança e tanto! Mas, me diga, Helena, onde encontraríamos um dragão em São Paulo?"
Helena, que conhecia cada canto da cidade como a palma da sua mão (principalmente o zoológico, seu esconderijo secreto), coçou o queixo. "Essa é uma pergunta difícil! Dragões gostam de lugares mágicos, né? Tipo... o nosso novo quintal!"
A ideia da nova casa empolgou Helena. Era menor que a antiga, mas tinha um quintal enorme, perfeito para brincar de esconde-esconde, plantar flores e, quem sabe, abrigar um dragão amigável!
Enquanto os pais de Helena empacotavam os últimos objetos, ela se escondeu atrás da caixa gigante. "Fifi, e se a gente deixar um bilhete para o dragão? Assim ele sabe que é bem-vindo na nossa nova casa!"
Fifi, sempre pronta para uma aventura, adorou a ideia. Helena pegou um giz de cera e escreveu em letras coloridas: "Querido Dragão, seja bem-vindo à nossa casa! Temos um quintal enorme para você voar e soltar fumaça à vontade. Assinado: Helena e Fifi (a tartaruga que canta)."
Com o bilhete colado na caixa, Helena sentiu uma mistura de ansiedade e alegria. Mudar de casa era como embarcar em uma aventura, e ela estava pronta para tudo, até mesmo para receber um dragão de estimação! Afinal, uma casa não era feita apenas de tijolos e telhas, mas de risadas, abraços e, quem sabe, um pouquinho de magia de dragão.