"Corre, Enzo, corre!", gritava Fifi, sua cachorrinha peluda, enquanto corriam por um caminho de pedras quentes. O chão tremia sob seus pés e o ar estava cheio de fumaça e um cheiro esquisito. Enzo, com seus cinco anos, nunca tinha visto nada igual! "Um vulcão em erupção é muito perigoso, Enzo! Temos que ser responsáveis e encontrar um lugar seguro!", latiu Fifi, preocupada.
Enzo sabia que Fifi estava certa. Ele sempre tentava ser responsável, como quando guardava seus brinquedos ou ajudava a mamãe a colocar a mesa. Mas como ser responsável em um lugar como aquele? O vulcão era enorme e a lava, um rio de fogo descendo a montanha!
De repente, um rugido fez tremer até os dentes de Enzo. "Fifi, você ouviu isso?", ele sussurrou, agarrando a sua cachorrinha. Um dragão enorme, com escamas cor de esmeralda e asas maiores que a casa do Seu José, surgiu do meio da fumaça. Fogo saía de suas narinas como faíscas de um foguete!
Enzo se encolheu de medo. Ele queria correr, se esconder, mas se lembrou do que a mamãe sempre dizia: "Quando temos medo, respiramos fundo e enfrentamos".
"Oi, dragão", Enzo disse, com a voz trêmula. "Nós não queríamos incomodar. Só estamos perdidos e..."
"Perdidos?", o dragão o cortou, com uma voz que parecia trovões. "Este vulcão é meu lar! Só os responsáveis podem ficar aqui. Vocês são responsáveis?"
Enzo olhou para Fifi. Ele nunca tinha pensado em dragões e responsabilidade ao mesmo tempo. Será que cuidar do seu lar fazia parte da responsabilidade do dragão?
"Somos sim!", Fifi latiu com confiança. "Enzo é muito responsável. Ele cuida dos seus brinquedos, ajuda a mamãe e sempre escova os meus dentes!"
O dragão soltou uma risada que sacudiu as pedras ao redor. "Escovar seus dentes? Isso é ser responsável?". Ele se inclinou, encarando Enzo com seus olhos cor de brasa. "Ser responsável é saber quando seus medos são maiores que seus sonhos, pequeno."
Enzo sentiu um frio na barriga, mas respirou fundo, como a mamãe tinha ensinado. Ele olhou para o dragão e disse: "Eu não tenho medo de você! Só estou com medo do vulcão, mas preciso ser corajoso para ajudar a Fifi a voltar para casa."
O dragão pareceu surpreso. Ele se levantou, majestoso, e soprou uma lufada de ar quente que, em vez de fogo, se transformou em um lindo arco-íris.
"Gostei de você, Enzo", ele disse. "Sua honestidade e coragem mostram que você está aprendendo sobre responsabilidade. Vou ajudá-los a voltar."
E assim, guiados pelo dragão que soprava fumaça colorida, Enzo e Fifi atravessaram o caminho de volta, aprendendo que a responsabilidade não era só guardar brinquedos, mas também enfrentar seus medos e ajudar os outros, mesmo quando estavam com muito medo.
Chegando em casa, em Brasília, Enzo correu para debaixo da cama, seu esconderijo secreto, abraçando Fifi com força. Ele sabia que, a partir daquele dia, nunca mais teria medo do escuro, pois tinha enfrentado um dragão de verdade e aprendido uma lição valiosa sobre responsabilidade. E isso, sim, era muito mais assustador e emocionante do que qualquer vulcão em erupção!