- Vovô, me conta uma história de fantasma? - Arthur, com seus olhinhos brilhando, abraçava o ursinho de pelúcia.
Lindolfo, com um sorriso, ajeitou os óculos no nariz.
- Que tal a história do Fantasma da Corrida Espacial? - propôs o avô, a voz um sussurro.
Arthur arregalou os olhos, maravilhado. Nunca tinha ouvido falar de uma corrida espacial, muito menos de um fantasma que participava de uma! Aninhou-se no colo do avô, pronto para a aventura.
- Era uma vez, na Lua, uma corrida de foguetes muito especial - começou Lindolfo. - Os competidores vinham de todos os cantos da galáxia, ansiosos para a disputa. Mas havia um corredor diferente: o Fantasma da Corrida! Ninguém sabia de onde ele vinha, só que pilotava um foguete feito de poeira estelar e deixava um rastro de luar por onde passava!
Arthur se imaginou na Lua, flutuando como um astronauta, enquanto o foguete fantasmagórico passava, deixando um rastro brilhante no céu escuro.
- Um dia, antes da corrida começar, o Fantasma da Corrida desapareceu! - exclamou Lindolfo, fazendo uma pausa dramática. - Ninguém conseguia encontrá-lo. Procuraram em todas as crateras, atrás de cada rocha lunar, mas nada! A corrida foi cancelada, e o mistério do sumiço do fantasma ficou no ar.
Arthur tremia de emoção. Queria saber o que tinha acontecido com o Fantasma da Corrida. Seria que ele tinha sido abduzido por alienígenas? Ou teria se perdido em um buraco negro?
- Mas, Arthur, a história não acaba aí - Lindolfo piscou, um brilho misterioso nos olhos. - Dizem que, em noites de lua cheia, se você olhar bem para o céu, pode ver um brilho prateado cruzando o espaço. É o Fantasma da Corrida, ainda procurando a linha de chegada!
Arthur correu para a janela, o coração batendo forte. A lua cheia brilhava no céu, e por um instante, Arthur achou ter visto um brilho diferente, como um cometa veloz, riscando a escuridão.
- Vovô, você acha que ele está sozinho lá em cima? - perguntou Arthur, a voz um sussurro.
- Talvez não - Lindolfo acariciou os cabelos de Arthur. - Dizem que as Feiticeiras do Espaço, com suas vassouras mágicas, fazem companhia para o Fantasma da Corrida. Elas voam ao lado dele, rindo e brincando, enquanto cruzam a imensidão do universo.
Arthur sorriu. Gostou de imaginar o Fantasma da Corrida com amigos, mesmo sendo amigos mágicos e um pouco assustadores.
- Vovô, quero ser um corredor espacial quando crescer! - declarou Arthur, os olhos brilhando de novo, mas dessa vez, não de medo, e sim de pura empolgação.
Lindolfo riu, abraçando o neto.
- E você será o melhor corredor espacial que a galáxia já viu! - exclamou, dando um beijo na testa de Arthur.
Arthur, aconchegado nos braços do avô, fechou os olhos, a mente repleta de foguetes, fantasmas e feiticeiras espaciais. A Lua, lá no alto, parecia observá-lo com um sorriso misterioso, guardando os segredos da corrida espacial e convidando Arthur para um dia desvendá-los.