O Fantasma Escovador de Dentes

O Fantasma Escovador de Dentes

Por que será que temos que escovar os dentes, Filó? – perguntou João, enquanto corria pela sala, imitando um dinossauro. Filó, sua gata siamesa de 54 anos (que, para uma gata, era como ter 150!), deu um pulo do sofá e respondeu com um miado.

– Você não gosta de escovar os dentes? – João fez uma careta. – Mas e se a gente fosse até o navio pirata hoje? Lá, a gente pergunta para os piratas como eles fazem para ter os dentes tão brilhantes!

João sempre inventava aventuras para tornar a hora de escovar os dentes mais divertida. Ele imaginava que, em vez da pia do banheiro, estava no convés de um navio pirata, e a escova de dentes era uma espada mágica que combatia os monstros do açúcar.

De repente, um vento forte soprou pela janela, trazendo consigo um cheiro de maresia e… bananas? João e Filó se entreolharam. No meio da sala, um mapa antigo se materializou, com um "X" marcado bem no centro.

– Uau! Um mapa do tesouro! – João vibrou, agarrando o mapa com suas mãozinhas.

Filó, sempre aventureira, esfregou a cabeça no mapa, ronronando. João correu até o quintal, com Filó em seu encalço. O mapa brilhava cada vez mais forte, guiando-os por entre as árvores. E então, bem diante deles, um navio pirata enorme surgiu como num passe de mágica!

– Incrível! – João, maravilhado, subiu a bordo, com Filó dando seus pulos felinos logo atrás.

O navio estava deserto. Velas esfarrapadas balançavam ao vento, cordas rangiam e o cheiro de maresia invadia o ar. No convés, um baú entreaberto revelava… escovas de dentes? De todos os tamanhos e cores! João arregalou os olhos, confuso.

De repente, um vulto branco e translúcido se materializou no alto do mastro. Era um fantasma, com um sorriso banguela e… uma escova de dentes gigante na mão?

– Aaaargh! – gemeu o fantasma, com um sotaque engraçado. – Quem ousa perturbar o Navio dos Dentes Esquecidos?

João, apesar de um pouco assustado, tomou coragem.

– Sr. Fantasma, por que tem tantas escovas de dentes aqui? E por que o senhor tem uma tão grande?

O fantasma suspirou, e João percebeu que ele parecia triste.

– Aaaargh… Eu era Jack, o Escovador de Dentes! O terror dos sete mares, que combatia a placa bacteriana com minha fiel escova! Mas, um dia, esqueci de escovar os dentes… e virei um fantasma banguela! Agora, estou preso nesse navio com todas essas escovas de dentes, como um aviso para quem não cuida da higiene bucal!

João e Filó se entreolharam. Era assustador, mas João sabia o que fazer. Pegou uma escova de dentes pequena e, fazendo uma reverência ao fantasma, disse:

– Sr. Jack, não precisa ficar triste! Escovar os dentes é muito importante, e nós podemos te ajudar a lembrar como é divertido! Olha só!

E João, imitando o ronco de um motor, começou a "pilotar" a escova de dentes pelos seus dentes, fazendo caretas engraçadas. Filó, entrando na brincadeira, pulava como se a escova fosse um rato.

O fantasma Jack, inicialmente surpreso, começou a rir. Era uma risada fantasmagórica, mas era uma risada! A cada gargalhada, o navio brilhava um pouco mais, e Jack se tornava menos translúcido.

– Aaaargh! Vocês são demais! – exclamou Jack, enxugando uma lágrima fantasmagórica. – Vocês me lembraram como é bom cuidar dos dentes! E olha só…

Com um passe de mágica, a escova de dentes gigante se transformou em um… macaco? Sim, um macaquinho sapeca que, pulando de um lado para o outro, distribuía bananas para João e Filó.

O navio começou a se dissolver em um turbilhão de luzes, levando o fantasma Jack de volta para o mundo dos vivos (e dos dentes escovados!). João e Filó se viram de volta ao quintal de casa, com o mapa do tesouro em suas mãos.

– Nossa, Filó, que aventura! – disse João, ainda impressionado. – Acho que aprendemos uma lição valiosa hoje!

E, sem reclamar, João foi escovar os dentes, imaginando Jack, o Escovador de Dentes, sorrindo para ele de algum lugar, com seus dentes brilhando mais do que nunca!

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