"Cuidado, Arthur", vovó dizia com um sorriso misterioso, "às vezes, quando a lua brilha no quintal, coisas mágicas acontecem". Arthur, com seus três anos de pura curiosidade, mal podia esperar pela noite. Ele adorava o quintal!
A noite chegou e a lua banhava o quintal com sua luz prateada. Arthur, segurando firme na mão de Fifi, seu peixinho dourado num aquário especial para passeios, se aventurou porta afora. O quintal parecia diferente, as flores maiores, as cores mais vibrantes. E que barulho era aquele? Parecia...alguém lavando louça?
No meio do quintal, um gato malhado, elegante como um bailarino, esfregava pratos com uma esponja! "Mas que coisa mais incrível!", exclamou Arthur, os olhos arregalados. Fifi, dentro do aquário, batia as nadadeiras, empolgado com a cena.
O gato, sem se assustar, virou-se para Arthur. Seus olhos brilhavam como esmeraldas. "Olá, pequeno. Ajudando mamãe com a louça do jantar. Gatos organizados fazem a diferença, sabia?".
Arthur, tímido no início, logo se encantou com o gato falante. "Mas...mas gatos não lavam louça!", ele conseguiu dizer, ainda surpreso.
"Ah, pequeno, você ainda tem muito que aprender sobre a magia do quintal", o gato respondeu com um miado divertido. "Aqui, as coisas são diferentes. Quer experimentar?".
Arthur, encorajado pelo brilho nos olhos do gato e pelo entusiasmo silencioso de Fifi, pegou uma panela e começou a esfregá-la com uma buchinha. O gato, cantarolando uma melodia suave, ensinou Arthur a organizar os pratos e guardar os talheres.
A noite voou! Arthur, que normalmente fazia birra na hora de ajudar em casa, se divertia com o gato. Ajudar nas tarefas nunca tinha sido tão legal!
Quando o último prato estava brilhando, o gato olhou para Arthur com um ar misterioso. "A mágica do quintal só funciona quando acreditamos nela, pequeno. Lembre-se disso". E, com um pulo ágil, o gato sumiu na noite.
Arthur, ainda maravilhado, olhou para o quintal. Tudo parecia normal de novo. Será que tinha sido um sonho?
De volta para casa, enquanto mamãe o colocava na cama, Arthur sussurrou: "Mãe, hoje eu lavei louça com um gato mágico no quintal!". Mamãe sorriu, o mesmo sorriso misterioso da vovó.
Na manhã seguinte, enquanto tomava café, Arthur percebeu algo diferente. Na porta da geladeira, um desenho colorido chamava sua atenção. Era um gato malhado, elegante como um bailarino, com uma frase escrita em letras desajeitadas: "Gatos organizados agradecem a ajuda!". E, ao lado do desenho, um bilhete da mamãe: "Obrigada pela ajuda com a louça ontem, meu amor! Você é o melhor ajudante do mundo!".
Arthur sorriu. A magia do quintal, ele descobriu, estava em todo lugar. Bastava um pouco de imaginação e a vontade de fazer o bem, como um gato organizado que sabia lavar a louça.