Na casa amarelinha, com janelas cor de céu, morava Maria. Ela amava fadas, princesas e, mais que tudo, desvendar mistérios! Mas hoje, um mistério ronronava na sua porta: a mudança para a casa nova.
"Vovó Adélia, você acha que a casa nova tem lugar para fadas?", perguntou Maria, os olhinhos brilhando de curiosidade.
"Ah, meu amor, toda casa tem lugar para a magia, basta a gente levar ela no coração!", respondeu a avó, com um abraço quentinho.
Enquanto os móveis partiam em direção à casa nova, um miado fino chamou a atenção de Maria. Era um gatinho preto e branco, com bigodes de chocolate, escondido debaixo da varanda.
"Oi, gatinho! Você está triste porque a gente vai embora?", perguntou Maria, agachando-se para acariciá-lo. O gatinho ronronou baixinho, esfregando a cabeça em sua mão.
Na escola nova, tudo era diferente: as cores das paredes, o cheiro do lanche, o som do recreio. Maria sentia um friozinho na barriga, aquela sensação esquisita que a gente sente quando tudo muda.
Mas a professora Clara, com um sorriso de arco-íris, logo a deixou à vontade. Na sala, Maria fez amizade com Lucas, um menino com óculos azuis e um sorriso contagiante.
"Você gosta de mistérios, Maria?", perguntou Lucas, enquanto desenhavam.
"Adoro! Por quê?", respondeu ela, curiosa.
"Ouvi dizer que tem um gatinho perdido na escola, ninguém sabe de onde ele veio!", sussurrou Lucas, com ar de conspiração.
Maria arregalou os olhos. Um gatinho perdido na escola? Seria o mesmo da casa antiga? Um novo mistério para desvendar! No recreio, Maria e Lucas começaram a investigação. Procuraram por todos os cantos do pátio: atrás das árvores, embaixo dos bancos, perto da cantina. Nada!
De repente, um miado fininho! O som vinha da sala de leitura. Lá estava ele, o gatinho preto e branco, aninhado em uma cesta de livros.
"É ele, Lucas! O mistério do miado escondido está resolvido!", exclamou Maria, radiante. Mas como ele veio parar aqui? Maria acariciou o gatinho, que ronronava feliz.
Na saída, Maria contou tudo para a avó. "Vovó, o gatinho da casa antiga me seguiu até aqui! Ele estava na escola, escondido na sala de leitura!".
Vovó Adélia sorriu. "Parece que a magia veio junto com a gente, Maria! Que tal levarmos esse gatinho para casa? Ele pode ser nosso novo amigo na casa nova."
E assim, com um novo amigo peludo e o coração cheio de alegria, Maria descobriu que a mudança não era um bicho de sete cabeças. Era uma nova aventura, cheia de mistérios para desvendar e histórias para contar.
Naquela noite, antes de dormir, Maria abraçou o gatinho, que ronronava baixinho. Ela sabia que, mesmo em casas diferentes, a magia da família e dos amigos estaria sempre com ela, como um abraço quentinho no coração.