Era verão! O sol brilhava forte, pintando tudo de cores vibrantes, como se estivesse sorrindo para o mundo. Vitória, com seus cabelos ruivos e cacheados e olhos castanhos, adorava o verão! A sensação de alegria e calor a enchia de energia.
Vitória e sua família tinham se mudado para uma fazenda perto de Natal. A casa antiga era na cidade, mas seus pais queriam que ela e seu irmão, Pedro, tivessem mais contato com a natureza. Vitória adorou a mudança! A fazenda era um lugar mágico, onde podia correr livremente entre as árvores e os animais. E, é claro, podia usar seu superpoder: fazer desejos se realizarem!
A fazenda tinha um riacho que corria por entre as árvores, formando um lago azul e cristalino. Vitória adorava mergulhar nas águas frescas e brincar com os patos que viviam ali. Ela observava as cegonhas com suas longas pernas, caminhando com elegância. Vitória tentava imitar o andar delas, imaginando que também tinha pernas compridas e esguias, como uma princesa de contos de fadas.
Um dia, enquanto brincava com os patinhos na lagoa, Vitória viu uma pata chocando seus ovos. Era um momento mágico! Os ovinhos se quebraram e pequeninos patinhos amarelos nasceram! Mas um ovo, o maior de todos, não se rompeu. A pata parecia preocupada, mas continuou chocando.
Dias depois, Vitória voltou à lagoa. A pata não estava mais lá, mas o ovo grande tinha rachado! Junto aos filhotes amarelos, havia outro filhote, maior, com penas de cores diferentes e um bico diferente. Ele parecia triste e um pouco assustado.
Vitória, que adorava fazer amigos, foi falar com o patinho diferente. "Por que você está tão triste? Olha só, a fazenda é enorme! Tem um jardim lindo para você brincar!", disse Vitória, com um sorriso.
"Eu estou triste porque sou diferente dos meus irmãos. Todos riem de mim, me chamam de 'patinho esquisito'. Não me sinto bem por isso", respondeu o patinho, com a voz baixa.
"Ah, que bobagem! Eu adoro a sua diferença. Você é lindo! Se quiser, podemos brincar juntos amanhã. Conheço um lugar secreto chamado Reino dos Sonhos, onde podemos brincar sem ninguém nos atrapalhar", disse Vitória, com entusiasmo.
No dia seguinte, Vitória voltou à lagoa, ansiosa para brincar com seu novo amigo. Mas o patinho não estava lá. Ele tinha ficado tão triste com as risadas dos outros patos que resolveu sair da fazenda e tentar encontrar outros amigos.
A jornada do patinho foi difícil. As estações do ano foram passando e ele sempre se via tendo que mudar de lugar, pois não era bem-vindo em nenhum canto. Só a natureza o acolhia com gentileza.
Vitória ia brincar todos os dias na lagoa, mas seu amigo não voltava. Ela brincava de princesa, de fada, e de todas as histórias mágicas que amava. A primavera chegou, e a fazenda ficou ainda mais linda. O patinho amava a primavera, assim como Vitória amava o verão!
Depois de uma longa e difícil jornada, o patinho se viu próximo à lagoa onde nasceu. Ele se aproximou com cuidado, com medo da reação dos seus irmãos. Mas quando chegou à beira da água, viu seu reflexo, como em um espelho! Ele não era mais um patinho feio, mas um belo cisne! Era por isso que todos o achavam tão esquisito!
Nesse dia, Vitória foi brincar na lagoa e reconheceu seu amigo! Que encontro especial! Ela ficou encantada com a beleza do cisne, com suas penas brancas e brilhantes. Finalmente, eles puderam brincar juntos, com muita alegria.
Vitória e o cisne entenderam que ser esquisito não era errado, mas apenas ser quem se é. Ser diferente era algo que todos carregavam dentro de si.
E não é que ser diferente é só ser quem a gente é?