"Uma pena de fada!" Theo exclamou, seus olhos arregalados de emoção. Ele corria pelo quintal, a pena brilhante dançando ao vento entre seus dedos. O sol da tarde tingia tudo de laranja e roxo, as cores favoritas de Theo!
Yuna, sua tartaruga de estimação, observava tudo com um sorriso misterioso. Yuna era muito velha, já tinha visto 54 verões, e guardava muitos segredos mágicos. "Cuidado, Theo," ela disse com sua voz rouca, "penas de fada são coisas delicadas."
Mas Theo estava muito empolgado. Ele girava, ria, imaginando a fada que havia perdido aquela pena. Seria pequenina e brilhante? Será que ela realizava desejos?
De repente, o vento mudou. Folhas secas giraram no ar, formando um pequeno redemoinho no canto do quintal. No centro, uma luz dourada começou a brilhar, crescendo cada vez mais. Theo parou, o coração batendo forte.
A luz se dissipou, revelando uma fadinha não maior que o polegar de Theo. Ela tinha asas brilhantes como a pena que Theo segurava e um vestido feito de pétalas de rosa. Seus olhinhos azuis brilhavam de tristeza.
"Você achou minha pena?" ela perguntou com uma voz doce como o mel.
Theo, ainda sem palavras, apenas acenou com a cabeça, mostrando a pena na sua mão.
"É muito importante para mim," a fada explicou. "Sem ela, não posso voar de volta para casa na Árvore Encantada."
Theo queria muito ajudar a fada, mas a Árvore Encantada parecia tão longe! Ele se lembrou do que sua mãe sempre dizia sobre crescer: cada dia aprendemos coisas novas e ficamos mais fortes e inteligentes.
"Eu te ajudo!" Theo exclamou com um sorriso.
A fada sorriu de volta, grata. "A Árvore Encantada fica no coração da floresta. Você precisa atravessar o Campo de Girassóis, passar pelo Riacho Cantante e subir a Colina do Vento."
Theo, com a ajuda de Yuna, que conhecia o quintal como a palma da sua pata, reuniu tudo que precisava para a aventura: uma folha gigante para ser seu barco no Riacho Cantante, uma corda feita de cipó para escalar a Colina do Vento e um punhado de sementes de girassol para guiá-lo pelo caminho.
Atravessar o Campo de Girassóis foi fácil, os girassóis se curvando para abrir caminho para Theo. O Riacho Cantante era um pouco mais assustador, com seus sons de água corrente e pedras escorregadias, mas a folha gigante se mostrou um barco seguro.
A Colina do Vento era a parte mais desafiadora. O vento soprava forte, tentando arrancar a pena da mão de Theo, mas ele se agarrou a ela com toda a sua força. Ele sabia que a fada dependia dele.
Finalmente, no topo da colina, Theo avistou a Árvore Encantada. Era enorme, com folhas prateadas que brilhavam como diamantes ao luar. A fada, emocionada, abraçou a pena.
"Obrigada, Theo," ela sussurrou. "Você me mostrou que mesmo sendo pequeno, pode ter um coração gigante."
Com um aceno de despedida, a fada voou em direção à árvore, desaparecendo em meio ao brilho das folhas. Theo sentiu uma alegria imensa. Ele ajudou a fada a voltar para casa e aprendeu que crescer não é só ficar maior, mas também mais corajoso e bondoso.
De volta ao quintal, com Yuna ao seu lado, Theo sabia que aquela noite mágica ficaria para sempre em seu coração. Ele mal podia esperar para contar tudo para seus pais, mostrando que, mesmo ainda pequeno, já era capaz de grandes coisas.
