"Olha só, Arthur, um palco! Será que tem Sereias cantando hoje?" Laura, com seus oito anos, já era craque em encontrar aventuras no parque. Arthur, ainda com seus três aninhos, apertou a mão da prima, os olhinhos brilhando de curiosidade. Ele adorava as histórias que Laura contava sobre as Sereias, seres mágicos que viviam nas águas e encantavam a todos com suas vozes.
O palco estava vazio, enfeitado com flores coloridas e conchas brilhantes. Parecia até que as Sereias tinham acabado de sair! Laura, sempre cheia de energia, subiu correndo os poucos degraus e fez uma pose engraçada. "Atenção, atenção! Hoje, quem vai cantar sou eu!". Arthur, tímido como sempre, preferiu ficar observando tudo de pertinho, sentado em um banquinho que tinha ali perto.
De repente, Laura parou de cantar e olhou para Arthur com um sorriso sapeca. "Arthur, você sabia que a gente só consegue cantar bem se tiver muita coragem no coração? É a coragem que faz a nossa voz sair bonita e forte!".
Arthur nunca tinha pensado nisso. Coragem? Ele sempre achou que coragem era coisa de super-heróis, como nos livros que ele tanto gostava de ler na sua biblioteca secreta. Será que ele tinha coragem suficiente para cantar no palco como Laura?
Enquanto Laura continuava a brincar, Arthur fechou os olhos e pensou nas Sereias. Ele imaginou suas caudas brilhantes batendo na água, suas vozes melodiosas ecoando pelo parque. E, de repente, ele sentiu algo diferente dentro dele, uma vontade enorme de cantar junto!
Abriu os olhinhos devagar e viu Laura o observando, curiosa. Tomou coragem, respirou fundo e, pela primeira vez, subiu em um palco. O coração batia forte, mas ele se sentia feliz. Começou a cantar uma canção que tinha aprendido com sua mãe, uma canção sobre amizade e alegria.
Laura, surpresa com a atitude do primo, começou a acompanhá-lo, batendo palmas e dançando. A voz de Arthur, tímida no início, foi ganhando força a cada palavra. Ele cantava com o coração cheio de alegria, contagiando a todos que passavam por perto.
Quando a música acabou, Arthur sentiu uma felicidade que nunca tinha sentido antes. Ele tinha descoberto que a coragem morava dentro dele, bastava acreditar! E o melhor de tudo, tinha dividido esse momento especial com sua prima Laura.
De mãos dadas, Arthur e Laura voltaram para casa, contando tudo para a família. A aventura no parque tinha sido inesquecível, e Arthur aprendeu que a coragem não tem tamanho, idade ou forma. Ela simplesmente existe dentro de cada um de nós, pronta para brilhar como as escamas de uma Sereia!