A Canção da Sereia no Parque

A Canção da Sereia no Parque

"Corre, Cacau, corre!", gritava Sophia, disparando pelo parque como um foguete. Era um dia lindo de sol em Goiânia, e a grama verdinha do parque parecia convidar para uma tarde de brincadeiras. Afinal, brincar era coisa séria para Sophia, e ela levava a sério cada minuto da sua diversão!

Cacau, sua cachorrinha, adorava acompanhá-la nessa missão. Com a língua de fora e o rabo abanando freneticamente, ela corria atrás de Sophia, tentando em vão dar uma lambidinha em seus calcanhares. De repente, Sophia parou. No meio da algazarra das outras crianças brincando, um som diferente chegou aos seus ouvidos. Era uma melodia suave, linda como o canto de um pássaro, mas diferente de tudo que já tinha ouvido.

"Você ouviu isso, Cacau?", perguntou Sophia, os olhos arregalados de curiosidade. A cachorrinha latiu em resposta, como se dissesse: "Claro, estou ouvindo! Me leva até lá!". O som mágico vinha de um lago no fundo do parque, quase escondido pelas árvores. Conforme se aproximavam, a melodia ficava mais alta, mais clara, mais... encantadora.

Chegando lá, Sophia se deparou com uma cena de tirar o fôlego. No meio do lago, em cima de uma pedra, uma figura brilhante parecia flutuar. Tinha longos cabelos verdes como o musgo, uma cauda reluzente de escamas prateadas, e cantava com uma voz que fazia o coração vibrar. Era uma sereia!

Sophia nunca tinha visto uma sereia de verdade, só nos livros de histórias que lia com seu pai antes de dormir. Mas o que a deixou intrigada foi que, além dela e de Cacau, ninguém mais parecia notar a criatura mágica. As pessoas continuavam a brincar despreocupadamente, como se nada de extraordinário estivesse acontecendo.

A sereia, percebendo que Sophia a observava, mergulhou de volta nas profundezas do lago, desaparecendo tão rápido quanto surgira. O silêncio voltou a reinar, e Sophia não podia acreditar no que tinha acabado de presenciar. Seria um sonho? Uma miragem?

De volta para casa, com Cacau trotando ao seu lado, a cabeça de Sophia não parava de pensar na sereia. A melodia ainda ecoava em seus pensamentos, e a imagem da criatura mágica a acompanhava a cada passo. Decidida a desvendar aquele mistério, Sophia sabia que precisava voltar ao parque. Afinal, desvendar mistérios também era uma forma de brincar, e ela não ia descansar enquanto não encontrasse a sereia novamente!

Nos dias que se seguiram, Sophia voltou ao parque, sempre acompanhada de Cacau, que parecia compartilhar da sua fascinação. Elas exploraram cada canto, cada arbusto, cada pedacinho do lago, mas a sereia parecia ter desaparecido.

Uma tarde, enquanto descansavam debaixo de um carvalho, Sophia teve uma ideia. Pegando um giz de cera na sua mochila, ela começou a desenhar no chão. Desenhou o lago, as árvores, o sol brilhando no céu e, no centro de tudo, a sereia, com sua cauda brilhante e seus cabelos esvoaçantes.

Enquanto coloria o desenho, Sophia cantava a melodia que ouvira no primeiro dia, uma canção suave e um pouco triste. De repente, sentiu uma presença familiar ao seu lado. Olhando para cima, viu a sereia, agora fora do lago, admirando o desenho com um sorriso nos lábios.

"Você desenha muito bem", disse a sereia, com uma voz que mais parecia o murmúrio da água. "Essa é a minha canção favorita."

Sophia, sem conseguir conter a emoção, contou para a sereia como sua música era linda e como ela havia procurado por ela por todos aqueles dias. A sereia explicou que só se mostrava para quem realmente acreditava em magia, e que a canção que Sophia ouvira era um chamado para todos que ainda acreditavam em seres mágicos como ela.

Naquela tarde, Sophia e a sereia brincaram até o sol começar a se por. Ela aprendeu sobre o mundo mágico debaixo d'água, sobre os peixes coloridos e os corais brilhantes. Aprendeu também que a magia existe para quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir.

Antes de se despedir, a sereia presenteou Sophia com uma escama brilhante, que guardaria para sempre como lembrança daquele dia mágico. De volta para casa, com Cacau aninhada em seus pés, Sophia sabia que nunca mais seria a mesma. Ela havia descoberto que a magia existe sim, e que às vezes, basta saber ouvir a canção certa para encontrá-la.

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