A Casa Que Brilhava

A Casa Que Brilhava

Arthur estava brincando na sala quando ouviu um barulho estranho vindo do quintal. Era um zumbido fininho, como se alguém estivesse assobiando uma música que só ele podia escutar. Arthur, curioso como sempre, correu para a janela. Lá fora, o sol da tarde pintava o céu de laranja e rosa, mas algo estava diferente. A casa do vizinho, que normalmente era bege e sem graça, estava... brilhando!

Uma luz verde vibrante emanava das paredes, como se a casa tivesse se transformado em um vagalume gigante. Arthur arregalou os olhos, sem conseguir desviar o olhar. Ele nunca tinha visto nada parecido!

"Vovó!", gritou Arthur, correndo em direção à cozinha, onde a avó, Dona Adélia, preparava o jantar. "A casa do Seu João está brilhando!".

Dona Adélia, com a colher de pau na mão, riu. "Bobagem, Arthur. Deve ser o reflexo do sol no vidro da janela."

Mas Arthur sabia que não era o sol. Ele podia sentir no fundo do seu coraçãozinho que algo mágico estava acontecendo.

Naquela noite, Arthur mal conseguiu dormir. Ficou imaginando o que poderia fazer a casa brilhar daquele jeito. Seriam fadas? Ou duendes? Ou talvez… seres de outro planeta?

Arthur amava histórias de seres de outros planetas. Dona Adélia sempre contava antes de dormir, sobre criaturas coloridas e cheias de poderes que viajavam pelo espaço. Ele se imaginava voando com eles em uma nave espacial, visitando planetas distantes e brincando em gramados azuis sob um céu roxo.

No dia seguinte, assim que o sol nasceu, Arthur correu para o quintal. A casa do Seu João não brilhava mais, mas parecia diferente. Era como se guardasse um segredo. Arthur se aproximou devagar, sentindo o cheiro da grama fresca e ouvindo o canto dos passarinhos. A natureza parecia sussurrar, contando segredos para quem quisesse ouvir.

De repente, Arthur viu algo no jardim da casa. Era uma bolinha verde brilhante, pulsando como um coração. Arthur se abaixou para pegar e, no mesmo instante, a bolinha se abriu, revelando uma criaturinha gelatinosa e sorridente, com antenas finas e longas.

A criaturinha fez um som engraçado, como um assobio baixo, e Arthur entendeu. Ela precisava de ajuda para voltar para casa!

Arthur, com o coração batendo forte, escondeu a criaturinha em seu bolso e correu para dentro de casa. Dona Adélia estava na cozinha, preparando o café da manhã.

"Vovó, vovó!", exclamou Arthur, sem fôlego. "Eu encontrei um ser de outro planeta no jardim do Seu João!".

Dona Adélia, colocando o bolo na mesa, sorriu. "Imagino que sim, Arthur", disse ela, com um brilho divertido nos olhos. "Mas agora, que tal você me contar tudo enquanto tomamos café?".

E assim, enquanto o sol da manhã entrava pela janela, Arthur contou tudo para sua avó, sobre a casa que brilhava, a criaturinha verde e a missão secreta de ajudá-la a voltar para casa. E Dona Adélia, ouvindo com atenção, sabia que a imaginação de Arthur era um jardim mágico onde tudo era possível.

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