A Fuga Mágica na Feira

A Fuga Mágica na Feira

"Mas mãe, eu não quero ir na feira!" Maria fez bico, cruzando os bracinhos.

Marina, sua mãe, sorriu. "Ah, Mariazinha, você vai adorar! Tem frutas coloridas, queijos deliciosos e..." ela fez uma pausa dramática, "...quem sabe a gente não encontra um unicórnio por lá?"

Maria arregalou os olhos. "Unicórnios na feira? Duvido!" Mas uma pontinha de esperança brilhava em seu olhar. Mudar de casa para o Rio de Janeiro já era uma aventura e tanto, mas encontrar um unicórnio seria a cereja do bolo!

Assim que chegaram na feira, Maria se viu engolida por um turbilhão de cores, aromas e sons. Havia frutas que ela nunca tinha visto antes, peixes enormes que pareciam pular dos balcões e um cheiro delicioso de pastel que fazia seu estômago roncar.

Enquanto Marina escolhia tomates, Maria esbarrou em uma barraquinha cheia de flores. "Olha só que maravilha!", exclamou uma voz rouca. Era uma senhora simpática, com um sorriso banguela. "Essa rosa vermelha lembra o seu vestido, menininha!"

Maria sorriu tímida. Foi aí que ela viu: no meio das margaridas e girassóis, um chifre em espiral brilhava sob o sol. "Mãe, mãe, olha!", ela gritou, apontando para a floricultura.

Marina se aproximou, curiosa. "O que foi, Maria? Achou um tomate mágico?"

"Não, mãe, um unicórnio!", sussurrou Maria, os olhos brilhando de empolgação.

Marina olhou para onde a filha apontava e viu apenas flores. "Maria, aqui só tem flores lindas, mas nenhum unicórnio", disse, tentando conter o riso.

De repente, a senhora da barraca se aproximou, segurando um girassol enorme. "Procurando por unicórnios, é?", ela piscou para Maria. "Eles adoram se esconder em lugares coloridos e cheios de vida, como a feira! Mas são muito tímidos, só aparecem para quem realmente acredita neles." E com um piscar de olhos, ela desapareceu no meio da multidão.

Maria ficou boquiaberta. Será que era verdade? Decidida a encontrar o unicórnio, ela começou a explorar a feira com os olhos atentos. Ela passou por uma barraquinha de temperos, onde um senhor de bigodes enormes contava histórias fantásticas sobre pimentas mágicas. Depois, parou em frente a uma banca de frutas, onde um papagaio falante a convidou para experimentar um pedaço de manga docinha. Maria, que adorava conversar com animais, descobriu que o papagaio também acreditava em unicórnios!

"Eles existem sim!", ele garantiu. "Mas só aparecem para quem tem um coração puro e acredita em magia."

Maria sentiu o coração bater mais forte. Ela estava no lugar certo e, com certeza, tinha um coração cheio de esperança! De repente, ela sentiu um cheirinho doce e diferente de tudo que já tinha sentido. Era um aroma mágico, que a guiava para o fundo da feira.

E lá estava ele! Escondido atrás de uma barraca de tecidos coloridos, um pequeno unicórnio branco com a crina brilhante como o arco-íris comia cenouras distraído. Maria, em silêncio, se aproximou do unicórnio e, quando ele a viu, em vez de se assustar, ele sorriu.

Maria não podia acreditar! Ela tinha encontrado um unicórnio de verdade! O unicórnio se aproximou dela e roçou sua cabeça em sua mão. Maria estava tão feliz que quase não conseguia falar. Ela queria contar tudo para sua mãe, mas, ao se virar, percebeu que estava sozinha.

Perdida em meio à multidão, Maria se viu rodeada por pernas e sacolas. O medo começou a tomar conta de seu coração. Ela nunca mais ia encontrar sua mãe! Foi então que ela ouviu uma voz familiar chamando seu nome.

"Maria! Maria!", gritava Marina, correndo em sua direção.

Ao ver sua mãe, Maria correu em sua direção e a abraçou com força. Aliviada, contou tudo sobre o unicórnio mágico que tinha encontrado.

Marina, é claro, não acreditou na história da filha. Mas, ao ver a felicidade estampada no rosto de Maria, não conseguiu conter um sorriso. Ela sabia que, às vezes, a imaginação podia ser a maior aventura de todas.

Enquanto voltavam para casa, Maria segurava firme a mão de Marina. Ela sabia que, mesmo sem ter como provar, sua aventura na feira tinha sido real. Ela tinha encontrado um unicórnio e isso era tudo que importava. Afinal, a magia existia para quem acreditasse nela, e Maria acreditava, com todo o seu coração.

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