"Cuidado, Laura, o monstro das cócegas está se aproximando!", gritou Sophia, correndo em zigue-zague por entre as nuvens fofinhas.
"Ele não vai me pegar!", gargalhou Laura, sua prima de oito anos, enquanto a perseguia. "Sou muito rápida para ele!"
De repente, Sophia tropeçou em uma nuvem um pouco mais firme e caiu de bumbum. "Ai!", exclamou.
Laura parou ao lado dela, preocupada. "Você está bem, Sophia?"
Sophia esfregou o braço. "Acho que sim. Mas acho que bati o braço que a mamãe disse que o doutor ia examinar hoje."
Na verdade, Sophia não estava preocupada com o braço. Ela estava preocupada com a ida ao médico! Doutor significava injeção, e Sophia tinha pavor de injeções.
"Que tal esquecermos o médico e continuarmos a brincar?", sugeriu Sophia, tentando disfarçar a apreensão na voz.
Laura franziu a testa. "Mas sua mãe disse que era importante, Sophia. E você sabe que ir ao médico é legal! É para termos certeza de que estamos saudáveis e fortes!"
Sophia suspirou. Laura estava certa. Ela sempre estava. Mas como explicar que, para ela, enfrentar um monstro de nuvens era muito mais fácil do que uma agulha?
Enquanto Sophia ponderava sobre como escapar da temida consulta médica, um latido fino ecoou pelo céu. Um cachorrinho branco e fofinho, com asas de arco-íris, surgiu flutuando ao lado deles.
"Oi!", disse o cachorrinho, abanando o rabo. "Vocês viram um osso voador por aqui? Eu estava brincando com ele e ele saiu flutuando!"
Sophia e Laura se entreolharam. Um cachorro voador? Isso era quase tão incrível quanto monstros de cócegas!
"Não vimos nenhum osso voador", respondeu Laura, sorrindo para o cãozinho. "Mas podemos te ajudar a procurar!"
O cachorrinho latiu feliz e começou a voar em círculos, como se estivesse agradecendo.
Por um momento, Sophia se esqueceu do médico. Voar pelo céu em busca de um osso mágico com um cachorro alado era muito mais divertido!
Enquanto seguiam o cachorrinho, Laura cochichou para Sophia: "Você sabe, talvez esse cachorrinho conheça um atalho para o consultório do médico! A gente pode perguntar!"
Sophia revirou os olhos. Laura era muito esperta para o seu próprio bem. Mas no fundo, ela sabia que Laura estava certa. Não adiantava adiar o inevitável.
Após alguns minutos voando entre as nuvens, o cachorrinho parou de repente, farejando o ar. "Acho que o osso caiu ali embaixo!", latiu, apontando com o focinho para uma nuvem em formato de algodão doce.
As meninas se aproximaram cuidadosamente da borda da nuvem e olharam para baixo. Para a surpresa delas, não era um osso que estava ali, mas sim um enorme escorregador de arco-íris que terminava bem em frente a um prédio colorido!
"Uau!", exclamou Sophia. "Que legal! Será que é um parque de diversões?"
O cachorrinho latiu, animado. "Não sei, mas parece divertido! Vamos descer?"
E sem esperar por uma resposta, o cãozinho se lançou no escorregador, desaparecendo em um arco-íris de cores vibrantes.
Laura e Sophia trocaram um olhar cúmplice. Não tinham como resistir a uma aventura dessas!
Segurando as mãos, as duas meninas deslizaram pelo escorregador, rindo sem parar. O vento batia em seus cabelos enquanto desciam em alta velocidade, sentindo a adrenalina tomar conta de seus corpos.
Quando finalmente chegaram ao final do escorregador, se levantaram, tontas de tanta emoção. Foi então que viram a placa: "Consultório Médico Dr. Sorriso - Onde a saúde é uma brincadeira!".
Laura olhou para Sophia com um sorriso maroto. "Parece que o cachorrinho sabia o caminho!"
Sophia respirou fundo. Talvez com um escorregador mágico e um médico chamado Dr. Sorriso, ir ao médico não seria tão ruim assim. Afinal, em um dia cheio de surpresas como esse, tudo era possível, até mesmo ser amiga de um cachorro voador!