A Mudança Mágica de Maria

A Mudança Mágica de Maria

“Pogo, você viu meu coelhinho de pelúcia? Aquele que a vovó me deu!” Maria esbravejou, revirando as caixas espalhadas pelo chão. A mudança para a nova casa em Fortaleza estava quase completa, mas parecia que quanto mais caixas abriam, mais coisas sumiam!

“Miauuu,” Pogo respondeu, balançando a cauda com desdém. Ele nunca tinha entendido a fascinação de Maria por aqueles bichinhos de pelúcia. Se ele fosse um unicórnio, como sempre sonhou, certamente não perderia tempo com brinquedos tão... comuns!

De repente, Maria parou, com um brilho nos olhos. “Pogo, já sei! Vamos procurar no Deserto Mágico!”

Pogo ergueu a cabeça, intrigado. O "Deserto Mágico" era o apelido que Maria deu ao quintal da nova casa. Ele era um mar de areia fina e dourada, cercado por um muro baixo de pedras. Maria jurava que ele mudava de cor com o nascer e o por do sol, mas Pogo, sempre prático, achava que era apenas a luz que enganava seus olhos.

Assim que pisaram no quintal, um vento quente soprou, fazendo a areia girar em torno deles. Maria, sempre a aventureira, agarrou a pata de Pogo.

"Olha, Pogo! A areia está dançando!" Ela exclamou, os olhos arregalados de entusiasmo.

Pogo tentou se soltar, envergonhado. Ele era um gato, não um bailarino! Mas, para seu espanto, a areia começou a tomar forma. Girou, subiu e se contorceu até que, bem diante deles, criaturas coloridas e brilhantes se materializaram. Elas se pareciam com nada que Pogo já tivesse visto, com corpos maleáveis como gelatina e olhos grandes e brilhantes.

“Olá, terráqueos!” Uma das criaturas gorjeou, sua voz soando como sinos. “Bem-vindos ao nosso humilde planeta, Zorp!”

Maria, sem um pingo de medo, deu um passo à frente. “Planeta? Vocês são alienígenas?”

“Somos os Zorpianos! E este,” a criatura fez um gesto amplo com um tentáculo, “é o nosso novo lar, longe de casa!”.

Pogo arregalou os olhos. Alienígenas? No quintal de Maria? Isso era demais até para ele! Ele tentou miar, mas só conseguiu soltar um assobio.

Maria, alheia ao choque de seu amigo felino, já estava tagarelando com os Zorpianos. Ela descobriu que eles vieram parar na Terra depois que sua nave espacial, movida a suco de brócolis (eca!), teve um problema no motor. Eles estavam presos aqui até encontrarem uma nova fonte de combustível.

“E o meu coelhinho de pelúcia? Vocês viram?” Maria perguntou, finalmente se lembrando da razão pela qual vieram ao quintal.

Os Zorpianos se entreolharam, confusos. “Coelhinho de pelúcia?”

Maria ia explicar quando Pogo, farejando o ar, notou algo atrás de uma duna. Ele se esgueirou na direção do objeto, o coração batendo forte. E lá estava ele: o coelhinho de pelúcia de Maria, um pouco sujo de areia, mas intacto!

Pogo voltou correndo para Maria, o brinquedo na boca. Ele o largou aos pés da menina, orgulhoso de si mesmo.

"Pogo, você achou!" Maria gritou, abraçando o gato e o coelhinho ao mesmo tempo. “Você é o melhor amigo do mundo!”

Enquanto Maria agradecia aos Zorpianos pela aventura inesperada, Pogo observava tudo com um sorriso presunçoso. Talvez morar em uma casa nova, com um quintal que escondia alienígenas, não fosse tão ruim assim. Afinal, alguém tinha que proteger Maria dessas criaturas estranhas… mesmo que elas fossem um pouco bobas e se movessem como gelatina!

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