Quem disse que gatos não podem ter superpoderes?
João adorava ir para a escola. Era um lugar cheio de cores, brinquedos e amigos! Mas hoje era diferente. Hoje, João não estava animado. Ele olhava para seus tênis, um pé ia para frente e o outro para trás, sem sair do lugar.
- O que foi, João? - perguntou Cacau, sua gata malhada, que o olhava com a cabeça inclinada.
- É que... e se os outros não gostarem de mim? - João finalmente confessou, a voz um sussurro.
Cacau pulou no colo de João e ronronou: - Miaaaau. Você é incrível! Rápido como um foguete e mais legal que um dinossauro!
João deu um pequeno sorriso. A confiança de Cacau sempre o animava. Mas ainda havia uma pontinha de medo.
Na escola, a professora Clara anunciou: - Hoje vamos fazer desenhos com sombras!
A sala ficou escura e um único holofote iluminou a parede. De repente, uma sombra gigante apareceu! Maior que um elefante, mais comprida que uma jiboia. As outras crianças gritaram assustadas.
- Calma, calma! - a professora Clara tentava acalmá-los. - É só uma sombra!
Mas a sombra começou a se mexer sozinha, dançando e fazendo caretas! João sentiu um frio na barriga.
De repente, ele ouviu um miado familiar. Cacau estava na sala! Ela havia se escondido na mochila de João e agora pulava no chão, encarando a sombra.
A sombra parou de dançar e se inclinou em direção à Cacau. Parecia curiosa.
Cacau se aproximou da sombra e, num pulo ágil, saltou! A sombra a seguiu, imitando seus movimentos. As crianças começaram a rir, aliviadas.
João percebeu que a sombra não era assustadora, era engraçada! E Cacau, com sua coragem, havia mostrado isso a todos.
Inspirado, João se levantou e correu em direção à luz. Sua própria sombra apareceu na parede, pequena e estabanada. João começou a dançar, imitando os passos engraçados da sombra gigante. As outras crianças se juntaram à brincadeira, e a sala se encheu de risadas.
Naquele dia, João aprendeu que a coragem pode ser contagiosa, assim como a diversão. E que às vezes, as sombras mais assustadoras escondem as brincadeiras mais divertidas. Ele voltou para casa feliz, com Cacau aninhada em seus braços, ronronando baixinho. Ele sabia que, não importava o que acontecesse, ele sempre teria sua amiga felina ao seu lado, lembrando-o de ser corajoso e acreditar em si mesmo.