Beatriz e João adoravam ser vizinhos! As casas deles ficavam bem pertinho uma da outra, lá em Curitiba. A única diferença era que João tinha um quintal enorme, todo gramado. Antigamente, viviam ali muitas vacas e galinhas, mas agora só havia a Branca, a vaca de estimação de João. João vivia com a mamãe dele e, às vezes, o leite da Branca era tudo o que comiam no dia. Mas Beatriz sempre levava lanches para João, para que eles pudessem brincar sem parar no gramado. A mamãe de João sempre agradecia muito. João adorava brincar de pega-pega, mas o que Beatriz mais gostava era de brincar de Piratas!
Naquele dia, eles estavam brincando de Piratas no quintal de João. Beatriz, com seu cabelo ruivo e olhos azuis, se imaginava uma capitã valente, procurando tesouros escondidos. João, com seu jeito brincalhão, fazia o papel do marinheiro mais atrapalhado que já existiu!
De repente, a mamãe de João apareceu na porta, com um olhar triste. "João, meu filho, precisamos vender a Branca. Não temos mais dinheiro para comida e precisamos de mais do que apenas leite." João ficou muito triste, a Branca era sua melhor amiga.
"Vamos ajudar a Branca, João!", disse Beatriz, com um brilho nos olhos azuis. "Vamos levá-la para a feira e tentar vendê-la." João concordou e, com o coração apertado, eles saíram do quintal.
Enquanto caminhavam pela rua, passando por uma esquina, um senhor simpático se aproximou deles. "Olá, crianças! Viram essa vaca linda? Que tal trocá-la por feijões mágicos?"
"Feijões mágicos?", perguntou João, com os olhos arregalados. "Mas como assim?"
"São feijões que, se plantados, dão uma planta gigante que chega até as nuvens!", explicou o senhor, sorrindo. "E lá no alto, tem um castelo cheio de tesouros e... bolo!"
Beatriz, a aventureira, adorou a ideia! "Que aventura! Vamos comprar os feijões!", disse, animada. João, apesar de ainda estar triste pela Branca, também achava a ideia dos feijões mágicos muito divertida.
Eles trocaram a Branca pelos feijões mágicos e voltaram para casa. A mamãe de João, ao ouvir a história, começou a chorar. "Vocês foram enganados! Esse senhor é um vigarista! Não existem feijões mágicos!"
Beatriz e João ficaram desapontados. "Mas... ele parecia tão simpático!", disse João, com a voz embargada.
A mamãe de João pediu que Beatriz voltasse para casa e que João fosse dormir. Naquele dia, eles teriam que comer apenas pão com água. João, deitado na cama, estava muito chateado. A mamãe dele estava triste, ele tinha perdido a Branca e agora não tinham mais comida. Com raiva, pegou os feijões e jogou pela janela.
No dia seguinte, João acordou e correu para o quintal. Lá, no lugar onde ele havia jogado os feijões, havia um pé de feijão gigante, que chegava até as nuvens! A mamãe de João ficou surpresa, mas não sabia o que fazer com aquele pé de feijão enorme. "Vamos brincar, Beatriz!", gritou João.
Beatriz, sempre curiosa, adorou a ideia. "Vamos escalar o pé de feijão e descobrir o que tem no topo!", disse.
Eles começaram a subir, com cuidado e muita empolgação. A subida era longa, mas a curiosidade de Beatriz e João era ainda maior. Finalmente, depois de passar pelas nuvens, eles chegaram ao topo do pé de feijão. Lá, eles encontraram um castelo enorme, com paredes de ouro!
Uma senhora muito alta, com um sorriso gentil, os recebeu. "Bem-vindos ao meu castelo! Mas cuidado, meu marido é um gigante que adora comer crianças!"
O chão começou a tremer e João e Beatriz se esconderam em um armário. Lá dentro, eles encontraram algumas moedas de ouro no chão. João, sem pensar duas vezes, as colocou no bolso.
Quando o tremor parou, eles correram para fora do castelo e desceram o pé de feijão o mais rápido que puderam.
"Que aventura!", disse Beatriz, ofegante. "Mas meu esconderijo na Ilha dos Tesouros é muito mais legal do que esse armário!"
João concordou. "Vamos viver de forma simples, mas quando as moedas acabarem, vamos voltar para o castelo!"
A partir daquele dia, João e sua mamãe viveram de forma simples, mas confortável com as moedas de ouro. A mamãe de João sempre dava um pedaço de bolo para Beatriz, como forma de agradecer pela amizade e pela ajuda.
"Na minha casa, todos vão ficar muito felizes com esse bolo!", disse Beatriz, com um sorriso radiante.
Mas o tempo passou e as moedas acabaram. João e Beatriz decidiram voltar para o castelo, mesmo sabendo do perigo do gigante.
Desta vez, eles entraram no castelo e se esconderam na cozinha. Lá estava o gigante, cuidando de uma pata gorda.
E quando menos esperavam, João e Beatriz viram que a pata botava ovos de ouro!
Eles esperaram o gigante dormir e conseguiram capturar a pata, que não fez nenhum barulho. Depois, desceram o pé de feijão com a pata. Foi difícil, mas a aventureira Beatriz não se deixou abalar.
A mamãe de João ficou muito feliz com a pata. Agora, eles sempre teriam o que comer!
Mas João tinha visto uma harpa de ouro na saída do castelo e resolveu voltar sozinho para pegá-la.
No dia seguinte, João subiu o pé de feijão sem avisar Beatriz. Ele queria ser rápido, sabia exatamente onde a harpa estava.
Mas, dessa vez, o gigante o esperava na porta do castelo. Ele perseguiu João, mas o menino conseguiu descer o pé de feijão!
João, aflito, correu para a casa de Beatriz e contou tudo o que tinha acontecido.
"Precisamos cortar o pé de feijão para que o gigante não possa mais descer!", disse Beatriz. "Sua mamãe já está feliz com a pata gorda."
João e Beatriz conseguiram cortar o pé de feijão com muito esforço. Apesar de ter apenas sete anos, Beatriz era forte e determinada.
Com o pé de feijão cortado, o gigante nunca mais desceria.
"A gente só precisa do necessário, nem mais, nem menos!", disse Beatriz, com sabedoria. "Aquele perigo não valia a pena!"
A mamãe de João, aliviada com o fim do pé de feijão, chamou João e Beatriz para um lanche gostoso.
E naquela tarde, a mesa estava cheia na casa de João: de pão, bolo, amor e risadas! O necessário!