Bernardo e João adoravam ser vizinhos! As casas deles ficavam lado a lado em São Paulo, com um muro baixinho que permitia que eles se vissem de suas janelas. A casa de João tinha um quintal enorme, todo gramado, onde antes viviam muitas vacas e galinhas. Agora, só restava a Branca, uma vaca leiteira que João adorava. Nos dias de hoje, o quintal era o paraíso para as brincadeiras de João e Bernardo. João amava correr e brincar de pega-pega, enquanto Bernardo era fascinado pelo Espaço.
"João, olha só! Você sabia que existem bilhões de estrelas no céu?", perguntou Bernardo, apontando para o céu. João, com o rosto sujo de grama, apenas sorriu e deu um abraço apertado em Bernardo.
Certo dia, a mãe de João chamou João para uma conversa séria. "Meu filho, precisamos vender a Branca. O leite dela não está sendo suficiente para nós.", disse a mãe, com a voz embargada. João ficou triste, mas sabia que precisava ajudar a mãe. Ele chamou Bernardo para uma aventura: vender a Branca na feira.
"Vamos levá-la para a feira e conseguir um preço bom!", disse João, animado.
"Onde é essa feira?", perguntou Bernardo, com os olhos brilhando de curiosidade.
"É bem longe, mas a Branca vai amar passear!", respondeu João.
Eles saíram pela rua, com a Branca seguindo-os calmamente. Na esquina, um senhor simpático os abordou. "Meninos, que vaca linda! Vocês querem feijões mágicos em troca dela?", perguntou o senhor, com um sorriso misterioso.
"Feijões mágicos?", perguntou Bernardo, com a sobrancelha arqueada. "Mas como eles são mágicos?".
"Eles podem fazer qualquer coisa! Só precisam ser plantados!", respondeu o senhor, com um brilho nos olhos.
João, sem pensar duas vezes, concordou. "Pode ser! A Branca está com muita fome mesmo, talvez os feijões a alimentem!", disse João, rindo.
Quando chegaram em casa, a mãe de João ficou em choque! "João, você vendeu a Branca?!", gritou ela, com lágrimas nos olhos. "Aquele homem era um enganador!".
"Mas ele disse que os feijões eram mágicos!", respondeu João, com a voz baixa.
A mãe de João pediu para Bernardo voltar para casa e mandou João dormir. João, com o coração apertado, jogou os feijões pela janela com raiva e foi para a cama.
No dia seguinte, João acordou e correu para o quintal. No meio do gramado, um pé de feijão enorme havia crescido! Ele era tão alto que chegava até as nuvens! A mãe de João ficou surpresa, mas não se preocupou e deixou João encontrar Bernardo para brincar.
"Bernardo, olha só! O pé de feijão cresceu!", gritou João, com os olhos brilhando de alegria.
"Uau! Ele é enorme!", exclamou Bernardo. "Vamos escalar?".
João e Bernardo, com a curiosidade afiada, começaram a escalar o pé de feijão. A subida não acabava! Eles passavam por nuvens fofinhas e escutavam o vento soprar ao seu redor.
"Bernardo, olha só! Um castelo!", gritou João, apontando para cima.
"Que castelo mágico!", exclamou Bernardo, com os olhos arregalados.
Quando chegaram ao topo, encontraram um castelo enorme, com portas de ouro e janelas de cristal. Uma senhora alta e corpulenta os recebeu na entrada.
"Olá, meninos! Bem-vindos ao meu castelo!", disse a senhora, com um sorriso simpático. "Mas cuidado, meu marido é um gigante que se alimenta de crianças!".
O chão começou a tremer e João e Bernardo se esconderam atrás de um vaso enorme. No chão do esconderijo, havia algumas moedas de ouro. João, sem pensar, as colocou no bolso.
"Temos que sair daqui!", sussurrou Bernardo.
Quando o chão parou de tremer, João e Bernardo correram para o pé de feijão e desceram o mais rápido que puderam.
"Ufa! Que aventura!", disse João, ofegante.
"Foi divertido, mas meu esconderijo Nave Espacial é muito mais legal!", respondeu Bernardo, com um sorriso travesso.
João e Bernardo combinaram que viveriam de forma simples, mas quando as moedas acabassem, subiriam novamente no pé de feijão. E assim, eles fizeram.
"Bernardo, acho que as moedas acabaram!", disse João, com a voz baixa.
"Então vamos subir de novo!", respondeu Bernardo, com entusiasmo.
Eles subiram no pé de feijão e entraram no castelo. Dessa vez, eles se esconderam na cozinha. Lá estava o gigante, cuidando de uma pata gorda.
"Olha só! A pata está botando ovos de ouro!", sussurrou Bernardo.
João e Bernardo esperaram o gigante dormir e capturaram a pata. Ela era tão pesada que eles quase não conseguiam carregá-la!
"Vamos descer com a pata!", disse João, com a voz cheia de esperança.
Eles desceram o pé de feijão, com a pata gorda em seus braços.
"Mãe, olha o que a gente trouxe!", gritou João, com um sorriso enorme.
A mãe de João ficou feliz! Agora, eles teriam o que comer para sempre! Mas João tinha visto uma harpa de ouro na saída do castelo e pensou que dessa vez, iria sozinho.
"Bernardo, vou subir sozinho!", disse João, com a voz séria.
"Mas é perigoso!", respondeu Bernardo.
João ignorou Bernardo e subiu no pé de feijão. Ele queria a harpa de ouro e nada o impediria. Mas o gigante o esperava na porta do castelo!
"João, cuidado!", gritou Bernardo, com a voz preocupada.
O gigante perseguiu João pelo castelo, mas ele conseguiu escapar e descer pelo pé de feijão.
João, com o coração batendo forte, correu para a casa de Bernardo e contou tudo que tinha acontecido.
"Temos que acabar com o pé de feijão!", disse Bernardo, com os olhos brilhando de determinação.
João e Bernardo pegaram um machado e começaram a cortar o pé de feijão. Foi difícil, mas eles conseguiram! O gigante nunca mais desceria!
"Bernardo, a gente só precisa do necessário, nem mais, nem menos!", disse João, com um sorriso cansado.
A mãe de João ficou aliviada com o fim do pé de feijão e chamou João e Bernardo para um lanche gostoso da tarde! E naquela tarde, a mesa estava cheia na casa de João: de pão, bolo, amor e risadas! O necessário!