Davi e João adoravam ser vizinhos! Davi, um menino de seis anos com cabelos castanhos encaracolados e olhos marrons, morava em uma casa amarela e adorava brincar de pirata. João, seu amigo, tinha um quintal enorme, todo gramado, onde antes viviam muitas vacas e galinhas. Hoje, só restava a Branca, a vaca que João cuidava com muito carinho. A mãe de João costumava dizer que o leite da Branca era tudo o que tinham para comer, mas sempre que podia, Davi levava lanches para garantir que a brincadeira não acabasse.
"Aaaa, João! Prepare-se para ser capturado!", gritou Davi, com uma espada de madeira na mão, enquanto corria pelo quintal de João. "Eu sou o Capitão Davi, e você será meu prisioneiro!"
João, com seu jeito divertido, tentou escapar da "captura" de Davi, correndo entre as árvores do quintal. De repente, a mãe de João apareceu na porta.
"João, meu bem! Preciso que você vá comigo à feira! Precisamos vender a Branca."
João ficou triste. "Mamãe, mas eu gosto da Branca! Ela é minha amiga!"
"Eu sei, meu amor, mas precisamos de dinheiro. O leite da Branca não está sendo suficiente para nós."
Davi viu a tristeza no rosto de João e tentou animá-lo. "Vamos à feira juntos, João! Quem sabe a gente encontra um tesouro?"
"Tesouro? Um tesouro?" João arregalou os olhos.
"Sim! Um tesouro! Quem sabe a gente não encontra uma ilha com um baú cheio de moedas de ouro?" Davi sorriu, a imaginação trabalhando a todo vapor.
João, com um sorriso tímido, concordou em ir à feira. Enquanto caminhavam pela rua, um senhor simpático, com uma longa barba branca e um chapéu de feltro, se aproximou deles.
"Olá, meninos! Vocês estão vendendo uma vaca?"
"Sim, senhor. A Branca," respondeu João, com a voz um pouco trêmula.
O senhor sorriu e tirou um punhado de feijões de um saco de couro que carregava. "Vejam estes feijões mágicos! Eles são capazes de dar frutos deliciosos! Em troca da sua vaca, eu dou a vocês estes feijões."
Davi, com sua coragem inabalável, perguntou: "E o que podemos fazer com estes feijões? Eles dão comida? É melhor que o leite da Branca?"
"Claro que sim, meu jovem! Esses feijões darão frutos saborosos e nutritivos! Vocês nunca mais passarão fome."
João, com a barriga roncando de fome, concordou com Davi: "Vamos aceitar! Feijões devem ser melhores que leite!"
"Ótimo! É um trato então!" O senhor sorriu e entregou os feijões para João.
João e Davi, radiantes com a ideia dos feijões mágicos, voltaram para casa.
"Mamãe! Encontramos um senhor que trocou a Branca por feijões mágicos!" gritou João, entrando na casa.
A mãe de João, que estava lavando a louça, parou, seus olhos cheios de lágrimas. "João, meu bem... aquele senhor te enganou! Ele queria a Branca para ele! Não acredite em estranhos!"
"Mas... mamãe, os feijões são mágicos! Eles vão dar frutos! Nós vamos ter comida!"
A mãe de João, com o coração pesado, pediu para Davi voltar para casa e para João ir dormir. Naquele dia, a tristeza foi maior do que a fome. João, deitado na cama, olhou para os feijões mágicos com raiva. Sem pensar, jogou os feijões pela janela e fechou os olhos, chorando baixinho.
No dia seguinte, João acordou e se assustou. No quintal, um pé de feijão gigante, tão alto que tocava as nuvens, havia brotado! A mãe de João, surpresa, não sabia o que fazer com o pé de feijão. Mas, sem se preocupar, disse para João: "Vá brincar com Davi!"
"Mas, mamãe, o pé de feijão é enorme! Nós podemos escalá-lo!"
João, com a curiosidade afiada, chamou Davi para uma aventura. Juntos, começaram a escalar o pé de feijão, uma aventura emocionante e sem fim. Davi, com sua coragem inabalável, incentivava João a subir mais alto.
"João! Olha! As nuvens! A gente está tão alto! Eu nunca vi as nuvens de tão perto!"
"É que esse pé de feijão é mágico, Davi! Ele nos leva para um lugar diferente! Para um lugar mágico!"
Finalmente, quando passaram das nuvens, eles se depararam com um grande castelo. Uma senhora enorme, com uma voz suave, os recebeu.
"Bem-vindos, meninos! Meu marido é um gigante que gosta de comer crianças! Por favor, vão embora!"
O chão começou a tremer e João e Davi, com medo, se esconderam em um armário. Lá, no chão, havia moedas de ouro. João, sem pensar, guardou as moedas no bolso.
Quando o tremor parou, João e Davi saíram correndo do castelo. Desceram o pé de feijão o mais rápido que puderam.
"Que lugar estranho! Meu esconderijo, a Ilha Pirata, é muito melhor!" disse Davi, com um sorriso.
João, ainda assustado, prometeu a Davi: "Vamos viver de forma simples, com as moedas que eu peguei. Mas, quando acabar o dinheiro, nós subimos no pé de feijão novamente."
E assim, João e sua mãe viveram de forma simples, mas confortável com as moedas que João tinha pegado. A mãe de João, grata pelo cuidado de Davi, sempre lhe dava pedaços de bolo para levar para casa.
"Davi, diga para sua mãe que ela não precisa se preocupar. Eu cuido dela com meu bolo mágico!" Disse João, com um sorriso.
"Eles vão adorar seu bolo, João! Minha mãe é muito corajosa! Ela vai amar!" Davi respondeu, com um sorriso.
Mas o tempo passou e as moedas acabaram. João e Davi, sem medo, resolveram subir no pé de feijão novamente. Dessa vez, eles entraram no castelo e se esconderam na cozinha. Lá, o gigante estava cuidando de uma pata gorda. João e Davi, surpresos, viram que a pata botava ovos de ouro!
João, com um plano na cabeça, esperou o gigante dormir. Quando o gigante roncava alto, João e Davi conseguiram capturar a pata, que não fez barulho algum. Juntos, desceram o pé de feijão com a pata gorda, uma tarefa difícil, mas que Davi fez com toda sua coragem.
"Consegui! Estamos aqui, João! Segure a pata com força!"
"Ufa! Essa foi por pouco! Mas, a gente conseguiu!"
A mãe de João, feliz, disse: "Agora, nós nunca mais passaremos fome!"
Mas João, que tinha visto uma harpa de ouro na saída do castelo, resolveu subir sozinho no pé de feijão. Ele queria a harpa. No dia seguinte, João não brincou com Davi. Ele subiu no pé de feijão, pretendendo ser rápido.
Mas, o gigante estava esperando por João na porta do castelo. O gigante correu atrás de João, mas o menino conseguiu descer o pé de feijão. Assustado, João correu para a casa de Davi.
"Davi! Davi! O gigante! Ele está me perseguindo!"
Davi, com seu jeito esperto, teve uma ideia. "Vamos cortar o pé de feijão! Assim, o gigante não conseguirá descer!"
João, ainda aflito, concordou com Davi. Juntos, eles correram para o quintal de João. Com muito esforço, eles conseguiram cortar o pé de feijão. Davi, com apenas seis anos, usou toda a sua força para ajudar João.
"João, não desista! Estamos quase lá! Só falta um pouco!"
"Davi, você é muito forte! Obrigada!"
O gigante, preso no castelo, não conseguia descer. A mãe de João, com a pata que botava ovos de ouro, ficou feliz. Eles tinham comida para sempre!
"João, nós só precisamos do necessário, nem mais, nem menos. O gigante não vale a pena!" Davi disse, com um sorriso.
A mãe de João, aliviada com o fim do pé de feijão, chamou João e Davi para um lanche gostoso da tarde.
E naquela tarde, a mesa estava cheia na casa de João: de pão, bolo, amor e risadas! O necessário!