Valentina e João adoravam ser vizinhos! Valentina tinha quatro anos, cabelos loiros e ondulados e olhos azuis, e era muito criativa. João também era bem pequeno, mas um pouco mais velho que ela. As casas deles ficavam bem próximas, na rua mais charmosa de Campo Grande. A diferença era que João morava numa casa com um quintal enorme, que antes era cheio de vacas e galinhas! Hoje, só restava a Branca, a única vaca que João tinha. A mãe de João contava que, na época, o leite da Branca era quase tudo o que eles comiam.
Valentina adorava brincar de princesa e João adorava brincar de pega-pega. Naquele dia, Valentina estava vestida de princesa, com uma coroa dourada e um vestido azul que brilhava! João fazia de conta que era um príncipe valente, e a Branca era seu fiel corcel.
- Valentina, meu amor, será que você pode me ajudar? - a mãe de João pediu, um pouco triste. - Preciso vender a Branca, não temos mais dinheiro para comida!
- Vender a Branca? - Valentina arregalou os olhos. - Mas a Branca é sua amiga!
- É, mas temos que ser espertos, Valentina. Preciso de algo que alimente a gente! - João explicou, com um olhar pensativo.
- Podemos levar a Branca para a feira! - Valentina sugeriu.
- Boa ideia! - João sorriu.
Então, João e Valentina seguiram para a feira, com a Branca caminhando ao lado deles. Na esquina da rua, um senhor simpático, com um chapéu de palha, parou João e Valentina.
- Olá, crianças! - o senhor disse, sorrindo. - Viram essa vaca linda? Que tal trocá-la por alguns feijões mágicos?
- Feijões mágicos? - João e Valentina olharam para o senhor, curiosos.
- Sim! - o senhor respondeu, com um sorriso misterioso. - Esses feijões podem dar muito mais comida do que o leite da Branca!
- Mas... feijão não dá leite! - Valentina fez uma carinha pensativa.
- É verdade! - João concordou, mas logo depois, pensou: - Mas e se os feijões mágicos forem mesmo mágicos?
Valentina, que amava histórias de princesas e feitiços, achou a ideia dos feijões mágicos fantástica!
- Podemos tentar! - ela disse, com um brilho nos olhos.
João, com um pouco de medo, mas também com muita esperança, concordou em trocar a Branca pelos feijões mágicos. Eles agradeceram ao senhor e voltaram para casa com os feijões na mão.
A mãe de João ficou muito triste quando soube que eles haviam trocado a Branca pelos feijões mágicos.
- Ah, meus filhos! - ela chorou. - Esse senhor nos enganou!
João e Valentina se sentiram culpados, mas o senhor os havia convencido!
- Vá dormir, meu amor! - a mãe de João disse para João, com lágrimas nos olhos. - Amanhã a gente pensa em como resolver isso!
João estava muito chateado e com medo, e foi para o quarto. Deitado na cama, ele pensou em todos os momentos que passou com a Branca, e ficou muito triste. Com raiva, pegou os feijões mágicos e jogou pela janela.
- Não quero mais esses feijões! - ele gritou, com lágrimas escorrendo pelo rosto. - Que eles se transformem em pó!
No dia seguinte, João e Valentina se encontraram no quintal da casa de João, para brincar. De repente, Valentina gritou:
- Olha João, que planta gigante! - ela apontou para o quintal.
João olhou para onde Valentina apontava, e seus olhos se arregalaram de espanto! Um pé de feijão gigante, que chegava até as nuvens, havia nascido no quintal da casa de João!
- Essa planta cresceu do nada! - a mãe de João disse, assustada.
- É mágico, mamãe! - João exclamou, com os olhos brilhando de alegria. - Os feijões mágicos!
A mãe de João ficou confusa, mas feliz por ver o filho tão contente. Ela resolveu deixar que João e Valentina brincassem no quintal.
- Que aventura, João! - Valentina disse, com um sorriso travesso. - Vamos escalar o pé de feijão!
João, que era um pouco medroso, ficou um pouco receoso. Mas Valentina, com sua criatividade, convenceu João a subir.
- Imagine, João! - Valentina disse, enquanto subiam. - Lá em cima, podemos encontrar um castelo mágico, cheio de princesas e príncipes!
A subida era longa e cansativa. Mas Valentina e João não desistiram. Eles se ajudavam, se incentivavam e não paravam de imaginar o que encontrariam no topo do pé de feijão.
Finalmente, depois de muito tempo subindo, Valentina e João chegaram ao topo do pé de feijão. A vista era incrível! As nuvens estavam tão perto que parecia que podiam tocá-las com a mão.
- Uau! - João exclamou, impressionado. - Parece que estamos no céu!
E de repente, um castelo enorme surgiu na frente deles.
- Olha Valentina, um castelo! - João disse, apontando para a construção. - Será que tem um rei e uma rainha aqui dentro?
- Não sei João! - Valentina respondeu, com um sorriso misterioso. - Vamos descobrir!
Os dois amigos se aproximaram do castelo, e uma senhora enorme, muito alta mesmo, os recebeu na porta.
- Olá, crianças! - a senhora disse, com um sorriso gentil. - Bem-vindos ao meu castelo!
- Olá! - João e Valentina responderam, um pouco assustados com a altura da senhora.
- Vocês estão perdidos? - a senhora perguntou.
- Não, nós escalamos o pé de feijão! - Valentina explicou. - Queríamos ver o castelo!
- Que aventura! - a senhora disse, sorrindo. - Mas cuidado! Meu marido, o gigante, é muito bravo e se alimenta de crianças!
- Um gigante? - Valentina e João se assustaram.
- Corram! - a senhora gritou, com medo. - Ele está vindo!
O chão começou a tremer, e Valentina e João ficaram apavorados. Eles correram para se esconder, e encontraram um cômodo vazio. No chão, havia algumas moedas de ouro espalhadas. João, sem pensar duas vezes, enfiou as moedas no bolso.
- Valentina, temos que sair daqui! - João disse, com medo. - O gigante vai nos pegar!
Valentina, apesar do medo, estava muito animada com a aventura.
- Calma, João! - ela disse, sorrindo. - A gente vai se safar!
Os dois saíram correndo do castelo, e desceram o pé de feijão o mais rápido que puderam.
- Ufa! - João disse, aliviado, quando chegaram ao chão. - Que susto!
- Foi incrível, João! - Valentina exclamou. - Mas meu castelo de gelo é muito mais legal do que esse esconderijo!
- É verdade! - João concordou.
- Vamos viver de forma simples, João! - Valentina sugeriu. - Só o necessário!
João, que era um bom amigo, concordou com Valentina. Ele prometeu que, quando as moedas acabassem, eles voltariam ao castelo para tentar encontrar mais tesouros.
João e sua mãe viveram de forma simples, mas confortável, com as moedas que ele havia pegado no castelo. A mãe de João começou a fazer bolos deliciosos para Valentina, como forma de agradecer pela amizade e cuidado. Valentina, que era uma menina criativa, sempre dizia que sua casa ficaria muito feliz em recebê-la com bolo e amor!
Mas, com o tempo, as moedas acabaram. E João e Valentina, mesmo com medo do gigante, resolveram voltar ao castelo. Dessa vez, eles entraram no castelo e se esconderam na cozinha. Lá estava o gigante, cuidando de uma pata gorda.
- Olha Valentina, a pata está botando ovos de ouro! - João sussurrou, com os olhos brilhando de excitação.
Valentina, que adorava tesouros, ficou muito feliz. Ela e João esperaram o gigante dormir, e capturaram a pata.
- Ela não faz barulho nenhum, João! - Valentina disse, com um sorriso. - Que sorte a nossa!
Eles desceram o pé de feijão com a pata em seus braços, com muito cuidado para não fazer barulho.
- Mamãe! - João gritou, correndo para a casa. - Temos uma pata que bota ovos de ouro!
A mãe de João ficou muito feliz! Ela agora teria comida de sobra para todos!
- Que aventura, João! - Valentina disse, com um sorriso. - Mas cuidado, João! - ela disse. - Acho que o gigante vai querer a pata de volta!
- Não se preocupe, Valentina! - João respondeu, com um sorriso. - Vou ser esperto!
No dia seguinte, João decidiu voltar ao castelo sozinho. Ele queria pegar uma harpa de ouro que havia visto na sala do gigante.
- Vou ser rápido, Valentina! - João disse, com um brilho nos olhos. - Não vou demorar!
Mas dessa vez, o gigante esperava por João na porta do castelo. O gigante correu atrás de João, e o menino teve que correr para escapar.
- Valentina! - João gritou, apavorado, quando chegou em casa. - O gigante me perseguiu!
Valentina se assustou, mas logo teve uma ideia.
- Temos que cortar o pé de feijão! - ela disse. - Assim, o gigante nunca mais vai poder descer!
João, que também estava com medo, concordou com Valentina.
- Mas como vamos cortar essa árvore gigante? - ele perguntou, com medo.
- Juntos, João! - Valentina respondeu, com um sorriso. - Com muita força, a gente consegue!
Valentina e João pegaram um machado, e começaram a cortar o pé de feijão. Foi difícil, muito difícil, mas eles não desistiram. Com muito esforço, eles conseguiram derrubar o pé de feijão.
- O gigante não vai mais descer! - Valentina disse, com um sorriso. - Ufa! Que aventura!
- É verdade, Valentina! - João respondeu, aliviado. - A gente conseguiu!
- Não podemos ficar correndo atrás de perigos, João! - Valentina disse, com sabedoria. - Só precisamos do necessário, nem mais, nem menos!
A mãe de João ficou muito aliviada quando viu que o pé de feijão havia caído. Ela chamou João e Valentina para comerem um lanche delicioso.
- Vocês dois estão de parabéns! - ela disse, com um sorriso. - Passaram por tanta aventura!
E naquela tarde, a mesa estava cheia na casa de João: de pão, bolo, amor e risadas! O necessário!