"Uma concha falante!", exclamou Arthur, com os olhinhos arregalados. Ele estava com sua prima Laura na praia da ilha deserta que encontraram nas férias. Era uma ilha mágica, onde tudo parecia possível! Laura, que adorava brincar de piratas, encontrou a concha gigante perto de uma palmeira.
"Ela brilha, Arthur! Deve ser mágica!", disse Laura, entregando a concha para o primo.
Arthur, um pouco tímido, segurou a concha com cuidado. De repente, a concha começou a brilhar ainda mais forte e uma voz suave, como o som das ondas do mar, ecoou: "Olá, crianças! Quem são vocês e como chegaram à minha ilha?".
Arthur e Laura se entreolharam assustados, mas também curiosos. "E-eu sou o Arthur", disse ele, finalmente. "E esta é minha prima, Laura. Viemos de barco com nossos pais."
A voz suave respondeu: "É um prazer conhecê-los, Arthur e Laura. Eu sou Coral, a sereia guardiã desta ilha."
Laura, que era muito esperta, perguntou: "Uma sereia de verdade? Mas sereias não são reais!".
Coral riu, um som bonito como o canto dos pássaros. "Ah, mas nesta ilha mágica, tudo é possível! Eu protejo este lugar e seus habitantes. E pelo jeito, vocês encontraram minha concha mágica, que me permite falar com quem a encontrar."
Arthur, que adorava ler livros sobre criaturas mágicas, finalmente tomou coragem e perguntou: "Podemos te ver, Coral?"
A concha brilhou novamente e, como num passe de mágica, uma linda sereia emergiu das águas cristalinas. Sua cauda era verde-esmeralda, como as algas marinhas, e seus cabelos longos e loiros brilhavam sob o sol.
Laura e Arthur estavam maravilhados. Nunca tinham visto nada parecido! Coral, com um sorriso doce, convidou-os para nadar com ela.
Nos dias que se seguiram, Arthur e Laura brincaram muito com Coral. Ela os levou para conhecer os recifes de coral, cheios de peixes coloridos, e ensinou-os a falar com os golfinhos. A amizade deles crescia a cada dia, forte e brilhante como a concha mágica.
Uma tarde, enquanto brincavam de esconde-esconde na floresta, Laura tropeçou em algo escondido entre as raízes de uma árvore gigante. Era um baú antigo, com desenhos estranhos entalhados na madeira.
"Olha, Arthur!", chamou Laura, animada. "Um tesouro de pirata!"
Arthur, com cuidado, abriu o baú. Dentro, não havia ouro ou joias, mas um mapa antigo, amarelado pelo tempo. No canto do mapa, uma mensagem escrita em tinta desbotada: "A ilha guarda um segredo, mas cuidado com o canto da sereia na noite de lua cheia."
Laura e Arthur sentiram um arrepio. Que segredo seria aquele? E o que acontecia na noite de lua cheia?
Naquela noite, Arthur e Laura não conseguiram dormir. A lua cheia iluminava o quarto com um brilho fantasmagórico e o som das ondas parecia mais alto que o normal. De repente, ouviram um canto lindo e triste vindo da praia. Era Coral, mas sua voz antes alegre, agora parecia carregada de tristeza e medo.
Correndo, Arthur e Laura foram até a praia. Coral estava lá, envolta em uma luz estranha. "Coral, o que houve?", perguntou Laura, preocupada.
Com lágrimas nos olhos, Coral contou que, naquela noite, um feitiço antigo a obrigaria a atrair todos os navios para as rochas, causando naufrágios. Esse era o preço que tinha que pagar por ter se tornado a guardiã da ilha.
Arthur e Laura sabiam que tinham que ajudar a amiga. Lembrando-se do mapa, eles perceberam que o segredo da ilha era a amizade! Correram de volta para o baú e encontraram um compartimento secreto. Dentro, havia um colar de conchas, brilhando com a mesma luz que envolvia Coral.
Arthur colocou o colar em volta do pescoço de Coral. No mesmo instante, a luz estranha desapareceu e o canto triste se transformou em uma melodia alegre. Coral estava livre do feitiço!
Abraçados, os três amigos assistiram ao nascer do sol, que coloria o céu com tons de rosa e laranja. A amizade deles, forte como o mar, havia vencido o feitiço e salvado a ilha. E, a partir daquele dia, Coral continuou a proteger a ilha com alegria, sempre grata pela amizade verdadeira que encontrou em Arthur e Laura.