O sol da tarde pintava o céu de Salvador com tons de laranja e rosa quando Arthur, um menino esperto de três anos, chegou ao parque com seu avô Lindolfo. Arthur, um pouquinho tímido, se agarrava à mão do avô enquanto caminhavam.
"Vovô, o senhor prometeu que hoje a gente não ia ao médico!", disse Arthur, lembrando a promessa feita mais cedo.
"E não vamos, meu netinho. Hoje é dia de parque, de brincar e se divertir!", respondeu Lindolfo, com um sorriso carinhoso. "Mas lembre-se, ir ao médico é importante, é sinal que nossa família cuida da gente."
O parque estava cheio de vida. Crianças corriam, gargalhavam e brincavam nos balanços. A brisa suave trazia o perfume doce das flores, e o canto dos pássaros preenchia o ar. Arthur, contagiado pela alegria do lugar, esqueceu a promessa do médico e se deixou levar pela magia do parque.
Enquanto Lindolfo descansava em um banco, Arthur corria atrás de borboletas coloridas. De repente, Arthur viu algo muito estranho! Escondido atrás de um arbusto, havia uma criatura diferente de tudo que ele já tinha visto. Era pequena e redonda, com cores vibrantes e brilhantes, e tinha antenas que se mexiam sem parar.
"Olá?", disse Arthur timidamente.
A criatura se virou e Arthur tomou um susto! Ela tinha um só olho gigante que piscava lentamente.
"Você... Você não é daqui, é?", perguntou Arthur, um pouco assustado, mas curioso.
A criatura balançou a cabeça, que mais parecia uma gelatina tremelicante.
"De onde você veio?", insistiu Arthur.
A criatura apontou para o céu, para um ponto brilhante que Arthur nunca tinha reparado antes.
"Você veio de outro planeta?", Arthur arregalou os olhos, incrédulo.
A criatura assentiu e fez um som engraçado, como um assobio.
Arthur correu até Lindolfo, que lia um livro sobre história.
"Vovô, vovô! Tem uma criatura de outro planeta aqui no parque!", exclamou Arthur, ofegante.
Lindolfo sorriu e bagunçou os cabelos de Arthur.
"Criaturas de outros planetas? Acho que você está lendo muitos livros de ficção, meu neto", disse Lindolfo, divertido.
"Mas vovô, é sério! Ela está escondida atrás daquele arbusto!", insistiu Arthur, puxando a mão do avô.
Lindolfo concordou em ir ver a tal criatura, para acalmar o neto. Mas quando chegaram ao arbusto, ele estava vazio.
"Viu, Arthur? Era só a sua imaginação", disse Lindolfo.
Arthur, confuso, olhou em volta. Será que ele tinha imaginado tudo? De repente, sentiu algo tocar seu pé. Era a criatura! Ela estava transparente como um fantasma, mas Arthur podia vê-la! A criatura apontou para o céu novamente e depois para Arthur, como se dissesse algo importante.
Nesse momento, Lindolfo sentiu uma tontura e precisou se sentar no banco.
"Acho que o sol está forte demais para mim, Arthur", disse Lindolfo, um pouco pálido.
Arthur entendeu a mensagem da criatura. Ela estava preocupada com seu avô!
"Vovô, o senhor precisa ir ao médico! A criatura do outro planeta me avisou que o senhor não está bem!", exclamou Arthur.
Lindolfo, ainda tonto, concordou em ir ao médico. No caminho, Arthur contou tudo sobre a criatura transparente e sua preocupação com a saúde do avô. Lindolfo ouviu com atenção, orgulhoso da inteligência e bondade do neto.
No consultório, o médico confirmou que Lindolfo precisava descansar e tomar alguns cuidados. E foi graças à aventura de Arthur com a criatura de outro planeta que Lindolfo recebeu a ajuda que precisava.
Naquela noite, antes de dormir, Arthur olhou para o céu estrelado. Ele sabia que em algum lugar lá em cima, uma criatura transparente e gentil estava cuidando dele e do seu avô. E Arthur sorriu, feliz por ter feito um novo amigo, mesmo que ele fosse de outro planeta!