Era verão! O sol batia forte, pintando o céu de um azul claríssimo e as flores do jardim da fazenda de um amarelo radiante. Davi amava o verão! Tudo parecia alegre, colorido, como se o sol sorrisse o tempo todo!
Davi tinha se mudado de São Paulo para a fazenda há poucos meses. Sua família queria estar mais perto da natureza e ele adorou a mudança! Lá, ele podia brincar livremente, sem medo de carros ou pessoas correndo pelas ruas. Era só correr, pular e até voar! Sim, Davi tinha um superpoder: voar como um pássaro!
Na fazenda, havia um riacho que corria manso, transparente como cristal. Davi adorava mergulhar no lago, sentir a água gelada envolvendo seu corpo e o vento batendo em seu cabelo castanho e encaracolado.
Havia muitos animais na fazenda, mas Davi sempre se surpreendia com as cegonhas e suas longas pernas. Era um caminhar bonito! Ele tentava imitar o andar das cegonhas, esticando as pernas e balançando os braços, bem alto, bem alto, como se estivesse voando. Era engraçado!
Um dia, enquanto brincava com os patinhos na lagoa, Davi percebeu que uma pata estava chocando ovos! Era um momento mágico! Davi viu os ovinhos se quebrando e filhotes de patinhos nascendo! Mas um ovo, o maior de todos, não se rompeu. E a pata parecia preocupada, mas seguiu chocando.
Dias depois, Davi voltou à lagoa e a pata não estava mais lá! O ovo grande tinha rachado e junto aos filhotes de patinhos, havia outro filhote, maior, com penas de cores diferentes, um bico diferente, um jeito diferente. Parecia triste.
Davi, que fazia amizade fácil com os animais, foi falar com o patinho diferente, "Por que você está tão tristonho? Olha só, temos uma fazenda e um jardim lindo para você conhecer!"
O patinho respondeu com um biquinho triste, "Eu estou triste porque sou diferente dos meus irmãos. Todos os outros patos da lagoa riem de mim e me chamam de esquisito."
"Não se preocupe!" disse Davi, "Eu adoro a sua companhia e vou te levar para brincar no meu esconderijo secreto. É uma ilha pirata, só para a gente!"
Davi voltou no dia seguinte, como combinado, mas o patinho não estava mais lá. Ele ficou tão triste que resolveu sair de lá e tentar encontrar outros amigos. Mas isso não funcionou. Por todo lugar que passava, os outros patos zombavam dele.
Foi uma jornada difícil para o patinho. As estações do ano foram passando e ele sempre se via tendo que mudar de lugar, porque nunca parecia ser acolhido. Só se sentia acolhido pela natureza.
Davi foi brincar todos os dias na lagoa, mas nada do seu patinho amigo. Ele brincava de pirata, imaginando que estava em um navio, navegando pelos mares, com um mapa na mão, procurando tesouros escondidos.
A primavera então chegou, e o patinho amava a primavera, assim como Davi amava o verão! Depois de uma longa e difícil jornada, o patinho se viu próximo à lagoa onde nasceu. Se aproximou com cuidado, afinal, não queria que seus irmãos rissem dele. Mas quando chegou na beira da água, viu seu reflexo, como em um espelho! E ele não era mais um patinho feio, mas sim, um belo cisne! Era por isso que todos o achavam tão esquisito!
Nesse dia, Davi foi brincar na água e reconheceu seu amigo! Que encontro especial! Davi se surpreendeu, "Que legal! Você é um cisne! Como você cresceu rápido!"
Eles brincaram a tarde toda, felizes, sem se importar com o que os outros diziam. Finalmente, o patinho, agora um cisne, se sentia feliz e acolhido.
Davi e o cisne entenderam que ser esquisito não era errado, mas sim, apenas ser quem se é! Ser esquisito é ser diferente e isso todo mundo é!
E não é que ser diferente é só ser quem a gente é?