Era verão! O sol brilhava forte, o céu era azul como a piscina do meu tio, e o ar estava quente, que nem a bochecha do meu gatinho quando ele está dormindo! Eu, Manuela, adorava o verão! Tudo parecia alegre, colorido, como se o sol sorrisse o tempo todo!
Minha família decidiu se mudar da nossa casa em Cuiabá para uma fazenda perto da cidade. Eles disseram que a fazenda era um lugar muito bonito, cheio de árvores, flores e animais. Eu fiquei bem feliz com a mudança, afinal, ia ter muito espaço para brincar! E lá na fazenda, eu podia usar meu superpoder! Sim, eu podia pintar com as cores do arco-íris!
A fazenda era mesmo linda! Havia um riacho que corria limpinho e um lago enorme, onde eu podia mergulhar e fazer bolinhas de água. E tinha tantos animais! Eu adorava ver as cegonhas caminhando com suas pernas compridas! Era um caminhar tão bonito! Tentei imitar, mas minhas pernas não são tão compridas quanto as delas. Mas eu gosto de imitar, é muito divertido!
Um dia, enquanto eu brincava com os patinhos na lagoa, vi uma pata chocando alguns ovos. Era mágico! De repente, os ovinhos começaram a rachar e os patinhos nasceram! Eles eram amarelinhos e fofinhos! Mas um ovo, o maior de todos, não se rompeu. A pata ficou preocupada, mas continuou chocando.
Dias depois, voltei à lagoa e a pata não estava mais lá. O ovo grande tinha rachado e junto com os patinhos, havia outro filhote, maior, com penas de cores diferentes, um bico diferente, um jeito diferente! Ele parecia triste.
Como eu adoro fazer amigos, fui falar com o patinho diferente. "Por que você está tão triste?", perguntei. "Tem toda uma fazenda e um jardim lindo para você conhecer!"
Ele respondeu, "Estou triste porque sou diferente dos meus irmãos. Os outros patos da lagoa riem de mim e me chamam de 'patinho esquisito'."
"Ah, que bobagem!", respondi. "Eu adoro a sua companhia! Você é especial! Que tal amanhã você vir brincar comigo? Tenho um esconderijo secreto, chamado Arco-íris. É um lugar mágico, onde podemos brincar sem ninguém nos incomodar!"
Ele ficou contente com o convite e disse que viria no dia seguinte.
No dia seguinte, voltei ao lago, mas o patinho não estava lá. Ele ficou tão triste com as risadas dos outros patos, que resolveu sair da fazenda e tentar encontrar outros amigos. Mas por onde ele passava, os outros patos zombavam dele.
A jornada do patinho foi difícil. As estações do ano foram passando, e ele sempre se via tendo que mudar de lugar, porque nunca parecia ser acolhido. Ele só se sentia bem perto da natureza.
Eu também voltei à lagoa todos os dias, mas nada do meu amigo patinho. Brinquei de desenhar na areia, fiz um castelo para ele, mas ele não voltou.
A primavera chegou, e eu adoro a primavera! Ela é quase tão legal quanto o verão!
Depois de uma longa e difícil jornada, o patinho se viu perto da lagoa onde nasceu. Ele se aproximou com cuidado, afinal, não queria que seus irmãos rissem dele. Mas quando chegou na beira da água, viu seu reflexo, como em um espelho! Ele não era mais um patinho feio, mas sim, um belo cisne! Era por isso que todos o achavam tão esquisito!
Nesse dia, eu fui brincar na água e reconheci meu amigo! Que encontro especial! Meus olhos ficaram bem grandes, igual a um desenho que fiz!
"Olá, meu amigo!", eu gritei. "Que lindo você está!"
Ele ficou muito feliz de me ver. E finalmente, nós brincamos juntos, com muita alegria!
Nós dois entendemos que ser esquisito não é errado, mas sim, apenas ser quem se é! Ser esquisito é ser diferente, e isso todo mundo é!
E não é que ser diferente é só ser quem a gente é?