Fifi, o gatinho malhado de Arthur, adorava cantarolar. Era seu passatempo favorito, além de dar susto no novelo de lã da vovó. Mas hoje, Fifi cantarolava uma melodia diferente, mais lenta e misteriosa. Arthur, com seus três anos de pura esperteza, percebeu que algo estava diferente.
- O que foi, Fifi? - perguntou Arthur, com seus olhinhos brilhando de curiosidade.
Fifi olhou para Arthur e miou, apontando com o nariz para fora da janela. Lá fora, o céu, que antes era azul como o mar de Fortaleza, agora tinha tons de laranja e rosa, como um picolé de frutas.
- Uau! Parece um vulcão em erupção! - exclamou Arthur, que tinha lido sobre vulcões em um de seus livros favoritos.
De repente, um brilho intenso chamou a atenção de Arthur. No meio do jardim, um unicórnio branco como a neve, com um chifre que brilhava como mil sóis, surgiu como mágica!
- Fifi, olha! Um unicórnio de verdade! - Arthur correu em direção ao jardim, com Fifi, sempre corajoso, em seu encalço.
O unicórnio olhou para Arthur com seus olhos brilhantes e sorriu. Ele era lindo! As cores do seu pelo mudavam com a luz do sol, como um arco-íris mágico.
- Olá, pequeno Arthur! - disse o unicórnio, com uma voz suave como o vento. - Eu me chamo Estrela e preciso da sua ajuda!
Arthur, que apesar de tímido era muito corajoso, perguntou:
- Ajudar? Mas como?
- O vulcão que você viu, ele está prestes a entrar em erupção de verdade! - explicou Estrela. - E só a amizade verdadeira pode acalmar a fúria do fogo!
Arthur e Fifi se entreolharam. Eles nunca tinham enfrentado um vulcão antes!
- Mas... como vamos chegar até lá? - perguntou Arthur.
Estrela se abaixou e, com um gesto delicado, convidou Arthur e Fifi a subir em seu dorso.
- Segurem-se! - avisou o unicórnio.
Num piscar de olhos, eles estavam voando pelos ares! O vento soprava em seus rostos, levando-os para perto do vulcão que, agora de perto, parecia ainda maior e mais assustador.
O calor aumentava a cada segundo, e o chão tremia sob seus pés. Fifi se escondeu atrás de Arthur, um pouco assustado.
- Não se preocupe, Fifi! - disse Arthur, abraçando seu amigo. - A Estrela disse que a amizade pode nos ajudar!
Arthur fechou os olhos e pensou em todas as coisas boas que a amizade trazia: as brincadeiras, as risadas, a companhia.
E então, algo mágico aconteceu! O chifre de Estrela começou a brilhar ainda mais forte, iluminando toda a cratera do vulcão com um arco-íris de cores vibrantes. O fogo que antes rugia com fúria, começou a se acalmar, transformando-se em lava brilhante e inofensiva.
Arthur, Fifi e Estrela observavam tudo com admiração.
- Vocês conseguiram! A amizade de vocês foi mais forte que o fogo! - exclamou Estrela, feliz.
Arthur e Fifi voltaram para casa nas costas de Estrela, o coração cheio de alegria e orgulho. Eles tinham enfrentado seus medos, ajudado um amigo e aprendido que a amizade é realmente mágica! E Fifi, ah, Fifi não parava de cantarolar a melodia que tinha aprendido com o unicórnio, uma canção sobre a beleza da amizade e a magia que existe em acreditar.